Site icon Seu Dinheiro

Não é só a Terra (LUNA): MiamiCoin, a criptomoeda de Miami, perdeu quase 100% do valor desde o lançamento

MiamiCoin (Mia), a criptomoeda de Miami

MiamiCoin (Mia), a criptomoeda de Miami

“Sonhar não custa nada”. Apesar de muita gente perpetuar essa frase ao longo dos anos, quando sonhos envolvem dinheiro — ou criptomoedas como a Terra (LUNA) —, a situação muda drasticamente, e os custos podem ser bem altos. O prefeito de Miami que o diga: em nove meses, o plano da MiamiCoin (MIA) foi do céu ao inferno, e a moeda digital perdeu quase todo o seu valor desde o lançamento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No universo cripto, a fama de um ativo depende muito da influência e repercussão através de seus apoiadores, como acontece com as memecoins ou moedas-meme. No caso da criptomoeda de Miami, ninguém foi maior entusiasta que o próprio prefeito da cidade, Francis Suarez.

De acordo com o jornal Quartz, Suarez tinha tanta confiança no ativo digital que marcou o segundo dia de fevereiro como um “momento histórico” ao depositar em torno de US$ 5,25 milhões nos cofres de Miami. 

A expectativa era de que a criptomoeda poderia um dia possibilitar a existência de um governo em que os cidadãos não pagariam impostos, abandonando-os como a principal fonte de financiamento governamental.

Mas sabemos que sonhos caros nem sempre se tornam realidade. A MiamiCoin agora acumula uma queda de aproximadamente 95% desde o seu pico em 19 de setembro do ano passado, ao passar da máxima de US$ 0,0542 para apenas US$ 0,0032 em 13 de maio.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por volta das 14h45 desta terça-feira (17), a criptomoeda avançava 17,66%, negociada a US$ 0,0041. Mesmo assim, em relação ao pico de setembro, o ativo acumula queda de 92,3%. 

Enquanto isso, em relação ao preço de seu lançamento em agosto de 2021, a desvalorização é de 71,5%.

O que é a MiamiCoin (MIA) 

A MiamiCoin (MIA) faz parte do sonho grande da organização CityCoins de desenvolver criptomoedas para cidades norte-americanas. 

Miami foi o primeiro município a receber a moeda virtual em agosto do ano passado, seguida por Nova York, com a NewYorkCoin criada em novembro de 2021. O projeto ainda envolve o desenvolvimento de ativos digitais para Austin, no Texas, em breve.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O governo da Filadélfia também cogitou a ideia da CityCoins, mas decidiu não levá-la à frente no mês passado.

No caso da MIA, o criador da CityCoins considerou a moeda como um experimento financeiro que, ao mesmo tempo em que daria aos cidadãos um “fluxo de receita voltado para a comunidade”, estimularia novos serviços digitais na cidade.

O próprio governo de Miami assinou em outubro de 2021 um contrato com a CityCoins, permitindo que a cidade recebesse os rendimentos da moeda, ainda que não possuísse ou gerenciasse a criptomoeda.

Por que a MiamiCoin (MIA) está caindo?

Mas os planos ambiciosos ruíram em pouco tempo. A rápida derrocada da MiamiCoin fez com que o mundo cor-de-rosa idealizado por Francis Suarez desse lugar à maré vermelha na carteira dos investidores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Afinal, usar uma criptomoeda na administração de uma cidade é um bom negócio? Criptomoedas são voláteis e, com o mercado cripto em montanha-russa após a falha no protocolo Terra (LUNA), uma moeda experimental pode não ser eficaz, certo? O recuo no preço de MIA instaurou exatamente essa dúvida no mercado.

O próprio prefeito de Miami viu seus sonhos irem por água abaixo. “Não sei se vai funcionar”, disse Suarez ao ver a moeda cair para décimos de centavos de dólares.

A situação ainda acendeu um alerta vermelho para os órgãos reguladores, que passaram a investigar as transações com criptomoedas.

De acordo com a Quartz, a CityCoins enviou ao gabinete do prefeito um e-mail repleto de preocupações sobre suas declarações poderem tropeçar em “fios regulatórios”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Se a xerife do mercado norte-americano, a SEC (a CVM dos Estados Unidos), decidisse que a MiamiCoin fosse um mecanismo de captação de recursos ao invés de uma moeda corrente, tanto a CityCoins quanto a cidade teriam que devolver o dinheiro aos investidores.

Isso porque mecanismos de arrecadação de capital devem ter autorização da SEC, assim, o investidor consegue determinar o risco do investimento.

*Com informações de Quartz e The Verge

Exit mobile version