Que o dinheiro em papel está mais escasso, não há dúvidas. As apostas nas transações virtuais e pagamentos por meio de criptomoedas devem se tornar uma realidade em breve, para a Mastercard — que quer facilitar as negociações.
A empresa de sistema de pagamentos lançou nesta segunda-feira (17) um programa para permitir que as instituições financeiras ofereçam negociações de criptomoedas a seus clientes. Ou seja, ampliar o que já acontece nos aplicativos das algumas fintechs brasileiras, como Nubank e o Mercado Pago.
Sendo assim, a Mastercard quer ser uma “ponte” entre a Paxos, uma plataforma de negociação de criptomoedas utilizada pelo PayPal, e os bancos. A proposta é que a financeira e a plataforma sejam responsáveis pelas questões regulatórias e de segurança — que são as principais “dores de cabeça” que afastam as instituições financeiras do universo de criptomoedas.
Ou seja, a empresa de sistema de pagamentos vai monitorar as transações, além de fornecer serviços contra a lavagem de dinheiro e monitoramento de identidade. A ideia é desmistificar o uso de criptomoedas para os clientes bancários ao longo dos próximos meses.
Por fim, a Mastercard deve testar o produto no primeiro trimestre de 2023 e, em seguida, pretende expandir o programa. A empresa ainda não informou quais bancos irão participar do teste.
Mastercard e as apostas nas criptomoedas
Apesar do “inverno cripto” ser uma fase duradoura, com quedas na cotação das principais blockchains — inclusive o Bitcoin (BTC) — a Mastercard não deve abrir mão do universo das criptomoedas.
E as apostas se intensificaram a partir do ano passado, quando a empresa passou a permitir a integração entre as carteiras de moedas digitais (wallets) e os sistemas dos milhares de bancos e instituições parceiras.
Em agosto, a empresa fez uma parceria com a exchange (corretora) Binance e lançou um cartão pré-pago para pagamentos com moedas digitais na Argentina.
Ainda na fase de testes, o cartão Binance, emitido pela Credencial Payments, permite que todos os clientes da exchange possam realizar compras e pagar contas com criptomoedas, incluindo bitcoin (BTC) e BNB, em estabelecimentos que aceitam a bandeira Mastercard.
No início do mês, outro passo foi dado. A Mastercard anunciou o Crypto Secure: um software que ajuda a identificar e paralisar transações suspeitas para exchanges de criptomoedas, por meio de inteligência artificial e algoritmos.
A Cipher, empresa adquirida pela Mastercard no ano passado, será responsável por fazer a ponte de segurança entre a empresa e as corretoras.
*Com informações de CNBC