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El Salvador nunca acreditou no bitcoin (BTC)? País comprará de volta títulos da dívida soberana para ‘provar’ que não dará calote

Após um mês, qual o saldo do Bitcoin (BTC) em El Salvador?

Ninguém parecia acreditar tanto no bitcoin (BTC) quanto o presidente de El Salvador no ano passado. Nayib Bukele chegou a criar uma cidade inteira dedicada à criptomoeda — e atraiu muitos turistas, diga-se de passagem.

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Acontece que nem mesmo a fé do salvadorenho foi capaz de se sustentar após a recente queda do ativo digital e uma série de críticas sobre sua governança. A desaprovação sobre Bukele se deu justamente por causa de sua confiança excessiva no BTC.

Até mesmo o Fundo Monetário Internacional teceu comentários desencorajando Nayib por seu projeto bitcoin e chegou a dizer que o país deveria abandonar completamente a ideia.

São muitos os rumores de que os riscos de o país entrar em default tornam-se cada vez mais reais, uma vez que as finanças do país estão em situação delicada devido a apostas inoportunas do governo em bitcoin.

Adeus, bitcoin: Bukele de volta às finanças tradicionais

O analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos, Felipe Medeiros, explica que El Salvador amarga um prejuízo muito grande.

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"O mercado de baixa e os problemas econômicos globais fizeram com que o país tivesse dificuldades financeiras e visse muitos potenciais parceiros desistirem de apoiar os projetos relacionados a bitcoin", disse Medeiros.

Para espantar um pouco as nuvens tempestuosas especulatórias que cobriram El Salvador, o presidente quis garantir aos investidores que ele seguirá um membro do sistema de finanças tradicional — e que é alguém que pode pagar dívidas.

"A verdade é que Bukele nunca teve fé em bitcoin ou qualquer fundamento que o bitcoin representa. Ele viu uma oportunidade de atrair holofotes e investimentos, porém com o mercado de baixa ele não conseguiu sustentar os prejuízos acumulados até agora", afirmou o analista de criptomoedas da Quantzed Criptos.

Nayib Bukele anunciou que quer recomprar US$ 1,6 bilhão em dívida soberana, enfatizando em tweet que, ao contrário do que se diz, as finanças do país realmente estão em bom estado.

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“Ao contrário do que a mídia vem dizendo todo esse tempo, El Salvador não só tem liquidez para pagar todos os seus compromissos no vencimento, como também para comprar antecipadamente toda a sua própria dívida (até 2025)”, escreveu Bukele no Twitter.

A recompra de títulos de dívida de El Salvador 

Para viabilizar a oferta, Nayib Bukele enviou na terça-feira (26) dois projetos de lei ao congresso local, na tentativa de garantir os fundos necessários para recomprar todos os títulos da dívida pública com vencimento em 2023 e 2025.

O presidente salvadorenho afirmou que a oferta de compra dos títulos será “transparente, pública e voluntária" e começará em seis semanas.

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É importante enfatizar que Bukele se comprometeu a fazer a recompra a preços de mercado, já reconhecendo que os preços dos títulos podem subir assim que a operação começar.

De acordo com o ministro das Finanças salvadorenho, Alejandro Zelaya, o país fará uso de saques especiais do Fundo Monetário Internacional, além de financiamento multilateral e um novo acordo de títulos com o banco central para financiar a recompra dos papéis.

El Salvador vai abandonar o título Bitcoin?

Em novembro do ano passado, Nayib Bukele anunciou planos de emitir “títulos Bitcoin”,  títulos de dívida (bonds) em criptomoedas e animou o mercado na época. Porém, em pouco tempo, o sonho de El Salvador azedou.

Primeiro que, de acordo com uma reportagem da Bloomberg, nenhum investidor se prontificou “a colocar um centavo” no título da dívida em BTC proposto pelo presidente, que pretendia levantar US$ 1 bilhão.

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Na época, já contrário às incessantes iniciativas de Bukele com o bitcoin, o Fundo Monetário Internacional alertou os credores sobre esse tipo de investimento em criptomoedas.

O fundo destaca que a grande volatilidade desse mercado fez desse investimento arriscado demais e chegou a recomendar que El Salvador abandonasse a ideia de adotar o bitcoin como moeda oficial.

Em pouco tempo, a iniciativa foi adiada, com a justificativa de que o mercado estava em condições desfavoráveis, segundo o ministro das Finanças de El Salvador.

*Com informações de Decrypt e Bloomberg

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