A China que surpreendeu o mundo ao apresentar crescimento recorde e ser o primeiro país a superar os efeitos deixados pelo coronavírus também é a nação que hoje assusta as bolsas globais com um cenário desafiador antes mesmo de os desafios anteriores terem sido superados.
Com o crescimento das novas medidas de confinamento aplicadas em importantes centros comerciais, industriais e financeiros, é quase inevitável que a segunda maior economia do mundo sinta o baque, estendendo os efeitos de desaceleração ao resto do mundo.
A desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) global não é o único fator que assusta. As chamas do dragão chinês também possuem o poder de desestabilizar novamente as cadeias de suprimento, gerando uma inflação ainda maior. Tudo isso em um momento em que a elevação de juros se torna inevitável para os bancos centrais.
A queda da China deixa o Brasil em maus lençóis, já que a paralisação do gigante indica uma menor demanda por uma série de produtos, principalmente commodities. O Ibovespa fechou a terça-feira em queda de 2,23%, aos 108.212 pontos.
Com o real mais apreciado do que as demais moedas emergentes em 2022, a correção por aqui tende a ser maior. Depois de flertar com a casa dos R$ 5, o dólar à vista encerrou o pregão em alta de 2,36%, a R$ 4,9905.
As projeções de uma economia mais lenta não casam muito bem com uma temporada de balanços que ganha fôlego em Wall Street. Em Nova York, hoje o dia foi um verdadeiro banho de sangue, antes mesmo de grandes empresas de tecnologia divulgarem os seus números. Os principais índices recuaram mais de 2%, com o Nasdaq em queda de 3,95%.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta terça-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
NÃO FOI DESSA VEZ
Dogecoin (DOGE) se deu mal: após ser comprado por Elon Musk, Twitter testa pagamentos na rede com outra criptomoeda; saiba qual. O banho de água fria veio com o anúncio de que uma stablecoin seria usada como meio de pagamento na plataforma.
DINHEIRO NA CONTA
Dividendos: Magazine Luiza (MGLU3) vai pagar R$ 100 milhões em JCP aos seus acionistas; veja quem tem direito de receber. Além do Magalu, a Suzano (SUZB3) vai distribuir quase R$ 800 milhões em dividendos complementares em 13 de maio.
PÓDIO DO VAREJO
Arezzo (ARZZ3), Centauro (SBFG3) ou Renner (LREN3)? Qual varejista vai ganhar a corrida dos resultados do 1T22? O Credit Suisse espera que os números das três empresas sejam bem recebidos pelo mercado, mas uma delas vai ocupar o lugar mais alto do pódio; saiba qual.
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A BOLSA COMO ELA É
Adeus, Nubank e Vale: Compensa deixar as fintechs e as commodities para investir em ações do setor de varejo? Estamos diante de um cenário dúbio para as produtoras de commodities domésticas, enquanto o varejo no Brasil parece estar em um ponto de entrada interessante. Leia o que pensa a analista da Empiricus Larissa Quaresma.
ESVAZIANDO OS BOLSOS
Inflação persistente: Guerra na Ucrânia deve manter conta de luz e alimentos mais caros até 2024. A crise no Leste Europeu resultou no maior choque de commodities desde os anos de 1970, de acordo com o vice-presidente do Banco Mundial para Crescimento, Finanças e Instituições Justas, Indermit Gill.
ELA VOLTOU
Muita coisa mudou na pesquisa Focus durante a greve dos servidores do Banco Central. Confira a evolução das projeções para a inflação e a Selic. Banco Central retomou nesta terça-feira a divulgação da pesquisa Focus; projeção para o IPCA foi a que mais se deteriorou nas últimas semanas.