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“Risco Lula” derruba Banco do Brasil (BBAS3) na bolsa apesar do resultado estrelado; saiba o que esperar das ações

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Montagem com Banco do Brasil "decolando"

Nem o lucro espetacular do Banco do Brasil (BBAS3) no terceiro trimestre foi páreo para o risco fiscal que assola os mercados nesta quinta-feira (10). 

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A ação do banco estatal caiu cerca de 2%, arrastada pela incerteza generalizada quanto ao orçamento do próximo ano, o qual o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tenta esticar. O mau humor nesta quinta-feira foi generalizado, com o Ibovespa recuando 3,35%.

O temor de hoje tem origem fiscal, mas o próprio Lula disse durante a campanha presidencial que pretende "enquadrar o BB". O mercado entendeu na ocasião que isso significa uma gestão que leve em conta mais fatores políticos do que financeiros nas tomadas de decisão do banco.

Banco do Brasil resiste à troca de governo?

Apesar dos temores, a expectativa dos analistas de modo geral é positiva para as ações do Banco do Brasil. E, para uns, isso vale até mesmo em meio à troca do governo.

“Nós entendemos as preocupações dos investidores com a mudança de governo e o potencial retorno de algumas políticas antigas que se provaram muito prejudiciais para companhias estatais”, ressalta o BTG Pactual. “Mesmo que as coisas se deteriorem (e vamos presumir que sim), o ponto de partida é muito bom.”

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Para os analistas do BTG, o balanço do Banco do Brasil é muito mais forte do que foi no passado, com um portfólio mais defensivo. Nos preços atuais, o BTG recomenda compra da ação e coloca o preço-alvo em 12 meses em R$ 56, o que significa um potencial de valorização de 51% em relação ao fechamento de ontem (9).

Outros são mais comedidos, como a analista da Empiricus Investimentos Larissa Quaresma.

“Diante da incerteza quanto à qualidade da gestão nos próximos anos, temos dúvidas sobre até quando a boa performance deve continuar. Com isso, reiteramos nossa preferência por Itaú dentre os grandes bancos brasileiros”, afirmou.

Como fica a transição

A preocupação com o que deve significar a transição de governo para o banco foi levantada tanto na coletiva de imprensa quanto na teleconferência com analistas nesta manhã.

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Sem falar diretamente sobre uma possível intervenção do governo na gestão, o presidente do BB, Fausto Ribeiro, enfatizou os pilares de governança corporativa e o sistema de pesos e contrapesos desenhado ao longo dos últimos anos. 

“As decisões são todas colegiadas, temos processos internos bem construídos, com arcabouço normativo muito bem feito”, afirmou.

O executivo explicou, ainda, que a concessão de informações ao comitê de transição será centralizada nele próprio, mas que ainda não foi acionado pelos encarregados do governo Lula.

Já o vice-presidente corporativo do BB, Ênio Mathias Ferreira, está encarregado do apoio logístico para que o prédio onde o comitê está se instalando, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), tenha as condições necessárias de trabalho.

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Banco do Brasil deixou concorrentes privados para trás

A empolgação com o Banco do Brasil é quase regra em meio aos analistas, que frisam o desempenho espetacular do banco estatal frente aos pares privados - os balanços de Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) foram desanimadores e dão sinais de que o pior ainda está por vir.

Para o Itaú BBA, o aumento do lucro do BB mostra que os bons fundamentos do banco são sólidos e estão num momento completamente diferente e melhor que seus concorrentes privados. 

“Praticamente todas as linhas melhoraram e vieram acima das nossas expectativas, com avanços notáveis na margem financeira líquida com mercado e receitas de crédito ao cliente”, disse o Itaú BBA.

O lucro líquido ajustado do BB chegou a R$ 8,360 bilhões no terceiro trimestre deste ano, um avanço de 62,7% em relação ao mesmo período de 2021 e ficou bem acima das projeções dos analistas, que apontavam para um lucro na casa de R$ 7,2 bilhões.

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Ele veio acompanhado de um retorno sobre o patrimônio líquido de notáveis 21,8%. Para efeito de comparação, o Santander obteve uma rentabilidade de 15,6% e o Bradesco, de apenas 13%.

Confira abaixo as recomendações dos principais bancos de investimento aos quais o Seu Dinheiro teve acesso:

CASARATINGPREÇO-ALVOPOTENCIAL*
XPCOMPRAR$ 5754%
ITAÚ BBACOMPRAR$ 5343%
GENIALCOMPRAR$ 5035%
GOLDMAN SACHSCOMPRAR$ 4624%
MORGAN STANLEYCOMPRAR$ 74100%
BTG PACTUALCOMPRAR$ 5651%
BRADESCO BBICOMPRAR$ 5240%
JP MORGANNEUTROR$ 4727%
*em relação ao preço de fechamento de 09/11/2022, de R$ 37,06.

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