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Ibovespa ignora Moro e Doria e sente o peso da guerra, mas acumula alta de 6% no mês; dólar cai a R$ 4,76

Há uma tensão geral nas bolsas pelo mundo com os ativos de risco após o aumento da tensão entre Rússia, Ucrânia e a Otan, encabeçada pelos Estados Unidos

Sorte é essencial para muitas coisas na vida, mas na maior parte do tempo, objetivos só são alcançados com adaptação e movimentações estratégicas. No Brasil, vimos um pouco disso nos bastidores da eleição presidencial, mas os olhares dos investidores estavam longe, lá no leste europeu. 

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O conflito na Rússia segue sem um desfecho e enviando mensagens dúbias aos espectadores. Enquanto os diplomatas negociam e celebram “avanços”, o exército russo promete um recuo, mas entrega apenas uma reorganização do seu aparato humano e militar. 

As consequências econômicas do conflito demandam atitudes. Para contornar o problema causado pela oferta reduzida de petróleo russo, os Estados Unidos utilizarão as suas reservas especiais para tentar conter o preço dos combustíveis. Enquanto isso, Vladimir Putin obriga a Europa a pagar sua dependência do gás natural em rublos. 

A preocupação com o cenário global não deixou o Ibovespa deslanchar nesta quinta-feira e o índice fechou na mínima do dia, em queda de 0,22%, aos 119.999 pontos. No mês, o saldo seguiu positivo, com um avanço de 6,06%.

A movimentação norte-americana no mercado de petróleo levou a commodity a uma queda de 6% e aliviou as projeções para inflação. Com isso, as taxas dos juros futuros recuaram e permitiram ao dólar à vista cair mais 0,54%, a R$ 4,7612, acumulando uma desvalorização de 7,65% ante o real em março. 

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Petróleo e inflação

As bolsas em Nova York fecharam o dia em forte queda, com as atenções voltadas para a inflação e a possível reação do Federal Reserve aos números. Os três principais índices – S&P 500, Nasdaq e Dow Jones – recuaram cerca de 1,5%. 

O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), o indicador de inflação favorito do Fed, subiu 0,6% em fevereiro, elevando o PCE a 6,4% nos últimos 12 meses. 

Os dados de inflação se mesclaram com a queda do petróleo. O governo americano confirmou que irá utilizar a sua reserva estratégica para aliviar o mercado. Serão liberados cerca de 1 milhão de barris por dia (bpd). 

A decisão foi tomada no mesmo dia em que a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) anunciou que continuará com o ritmo de produção mensal em 432 mil barris por dia a partir de maio. 

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Com isso, o petróleo teve um novo dia de queda expressiva, com um recuo de 6,04%,a  US$ 104,71 o barril. A despressurização no preço da commodity alivia as expectativas de inflação, e o mercado de juros fechou o dia em queda. Confira os principais vencimentos:

CÓDIGONOME ULT  FEC 
DI1F23DI jan/2312,71%12,78%
DI1F25DI Jan/2511,39%11,51%
DI1F26DI Jan/2611,21%11,33%
DI1F27DI Jan/2711,20%11,33%

Dados amargos

Na China, dados piores do que o esperado mostram que as medidas adotadas para conter o coronavírus seguem impactando a economia. O PMI de março foi a 49,5 pontos, abaixo da expectativa do mercado e dentro da faixa de retração.

O BC chinês, no entanto, segue reforçando que irá dar suporte à economia. No Brasil, a desaceleração da economia do gigante asiático pode ter impacto na demanda de commodities e outros produtos, o que repercute em alguns setores do Ibovespa.

Notícias do front

Novas negociações entre Rússia e Ucrânia também estão no radar dos investidores, com uma rodada de conversas marcada para acontecer na sexta-feira. Ao contrário do noticiado pelo governo russo nos últimos dias, os ataques militares não foram reduzidos. 

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Enquanto o Tesouro americano continua aumentando a lista de entidades e indivíduos afetados pelas sanções russas, Vladimir Putin seguiu em frente com o decreto que obriga os países da Europa a pagarem pelo gás natural com rublos, como forma de fortalecer a moeda e sanar parte do impacto das sanções anunciadas pelas nações ocidentais. 

A sexta-feira (01) deve ser de novo encontro entre os governos russo e ucraniano. Apesar das promessas feitas no início da semana, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aponta que o exército de Vladimir Putin não recuou e está apenas se reorganizando em regiões estratégicas do país invadido. 

Sobe e desce do Ibovespa

Confira as maiores altas do dia:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
SBSP3Sabesp ONR$ 47,695,42%
CIEL3Cielo ONR$ 3,104,03%
CMIG4Cemig PNR$ 15,233,11%
ELET3Eletrobras ONR$ 37,992,81%
ELET6Eletrobras PNBR$ 37,622,62%

Com o alívio recente da curva de juros, as empresas dos setores de varejo e consumo aproveitaram para recuperar parte do terreno perdido, com isso, a sessão desta quinta-feira foi de realização de lucros. 

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Já a PetroRio repercutiu a queda de 6% do petróleo, enquanto a Suzano acompanhou a movimentação do câmbio. Confira as maiores quedas do dia na bolsa:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
AMER3Americanas S.AR$ 32,62-5,59%
CASH3Meliuz ONR$ 2,56-5,54%
PRIO3PetroRio ONR$ 23,94-4,55%
YDUQ3Yduqs ONR$ 20,96-4,38%
SUZB3Suzano ONR$ 55,27-3,32%
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