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Dragão da inflação pressiona bolsas globais e Ibovespa emplaca quinta queda consecutiva; dólar sobe

O dragão da inflação correndo atrás do touro das bolsas e índices

O dragão da inflação correndo atrás do touro das bolsas e índices

Três dragões entram em um bar – um brasileiro, um europeu e um americano.

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O primeiro, apesar de maior que os outros dois colegas, está mais cabisbaixo. Dizem por aí que perdeu força em maio, mas ele sabe que ainda carrega a energia necessária para assustar por mais uns bons meses. 

O segundo está preocupado. O Banco Central Europeu (BCE) anunciou que em breve deve iniciar uma caçada ao dragão da inflação e promete usar todas as suas armas, incluindo a elevação de juros. 

Ouvindo as notícias trazidas pelos seus companheiros, o americano ganhou confiança. Amanhã será a vez de conhecer os dados de sua terra natal e, ao que tudo indica, ainda não chegou a hora de perder território. 

Fora dali, a sensação é de pânico. Para o mercado financeiro, parece cada vez mais improvável que os bancos centrais consigam controlar o dragão da inflação sem jogar as principais economias em uma recessão. 

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Apesar de ter começado o dia com mais tranquilidade, as bolsas americanas aceleraram o ritmo de queda ao longo do dia, pesando cada vez mais a possibilidade de juros mais altos. 

A alta dos preços no Brasil foi menor do que o esperado pelo mercado, mas isso não significa que a reação tenha sido positiva. No detalhe, a percepção é que a inflação está cada vez mais disseminada, e o aumento dos combustíveis deve seguir trazendo um viés de alta para o índice. 

O rugido ensurdecedor dos três dragões fez com que o Ibovespa emplacasse a quinta queda consecutiva, em um recuo de 1,18%, aos 107.093 pontos. O dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,52%, a R$ 4,9156.

O dragão brazuca 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje a leitura da inflação oficial de maio (IPCA). Segundo o IBGE, o índice avançou 0,47%, abaixo da mediana das projeções de 0,60%, colhidas pelo Broadcast.

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Com isso, o indicador acumula alta de 11,73% em 12 meses, e 4,78% de alta em 2022.

Apesar das características do número ainda mostrarem uma elevação de preços muito disseminada – principalmente entre o setor de serviços e transporte –, os investidores atenuaram as apostas para a próxima decisão do Copom, que acontece na semana que vem. A projeção para a Selic no longo prazo não se alterou. 

Confira as movimentações do mercado de juros hoje. 

CÓDIGONOMEVALORFEC 
DI1F23DI jan/2313,37%13,50%
DI1F25DI Jan/2512,49%12,70%
DI1F26DI Jan/2612,44%12,59%
DI1F27DI Jan/2712,46%12,61%

O dragão europeu (e o americano)

Conforme já era esperado, o Banco Central Europeu manteve os juros em 0% até seu próximo encontro, mas decretou o fim da era dos juros baixíssimos. 

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O plano de elevar os juros da Zona do Euro entre julho e setembro, "com ritmo gradual de altas", piorou o sentimento dos investidores ao longo de todo o pregão.

O BCE ainda espera que a inflação ao consumidor (CPI, em inglês) encerre o ano em 6,8%, acima das projeções anteriores de 5,1%.

O PIB deve crescer, mas em ritmo menor do que o esperado, e fechar 2022 em alta de 2,8%, contra a previsão anterior de 3,7%. 

Antecipando números ruins da inflação americana amanhã e temendo que a decisão do BCE reflita de alguma forma na forma de pensar do Federal Reserve, as bolsas em Wall Street aceleraram a queda no fim da tarde. 

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Sobe e desce do Ibovespa

Assim como aconteceu no pregão anterior, as operadoras de planos de saúde Hapvida (HAPV3) e SulAmérica (SULA11) lideraram os ganhos do dia, ainda repercutindo a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de desobrigar as operadoras a cobrirem procedimentos que não estão no rol da Agência Nacional de Saúde (ANS). 

Em dia decisivo para a privatização da Eletrobras, com o encerramento da oferta e a precificação das ações, a companhia também fechou o dia em forte alta. Confira as maiores altas do dia do Ibovespa:

CÓDIGONOMEVALORVAR
HAPV3Hapvida ONR$ 6,283,80%
SULA11SulAmérica unitsR$ 25,663,14%
CCRO3CCR ONR$ 13,262,47%
ELET3Eletrobras ONR$ 43,262,66%
ELET6Eletrobras PNBR$ 42,532,16%

Com o temor de um colapso da economia global e de uma recessão nos principais países do globo, as empresas dos setores de mineração e siderurgia tiveram um dia de forte queda, acompanhando o recuo do minério de ferro. A alta do petróleo também pressionou empresas sensíveis à commodity. Confira também as maiores quedas:

CÓDIGONOMEULTVAR
CSNA3CSN ONR$ 19,65-6,61%
MGLU3Magazine Luiza ONR$ 3,03-5,90%
AZUL4Azul PNR$ 16,52-5,06%
LWSA3Locaweb ONR$ 6,66-4,99%
USIM5Usiminas PNAR$ 10,11-4,89%
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