A Bolsa de Valores de Nova York conseguiu virar o jogo nesta quinta-feira (24) - um dia marcado pelo conflito armado entre Rússia e Ucrânia e que tinha tudo para lançar o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq no vermelho.
Os três índices passaram boa parte do pregão em campo negativo, amargando perdas pesadas com a invasão russa no leste ucraniano, mas o ponto de virada veio depois que o presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou uma nova rodada de sanções mais severas contra Moscou.
Falando na Casa Branca, o presidente norte-americano disse que a totalidade das penalidades visa US$ 1,4 trilhão em ativos e incluirá medidas específicas contra bancos russos como VTB Bank. Biden também autorizou que tropas adicionais sejam estacionadas na Alemanha, enquanto os aliados da Organização do Atlântico Norte (Otan) procuram reforçar as defesas na Europa.
Mas o que também chamou atenção dos investidores foi a decisão da Casa Branca de liberar barris adicionais de petróleo das reservas estratégicas do país. A ordem ajudou a aliviar parte da pressão sobre o mercado de petróleo, que desacelerou da forte alta vista ao longo do dia.
Hoje, pela primeira vez desde 2014, Brent - usado como referência no mercado internacional - passou de US$ 100 o barril. Após o pronunciamento de Biden, o barril voltou a ficar abaixo dessa marca.
A mensagem entendida pelo mercado é de que, com mais petróleo, a inflação não deve subir ainda mais nos Estados Unidos, afastando pelo menos por agora, um aperto monetário ainda mais severo do que o esperado por parte do Federal Reserve (Fed).
Com isso, o Dow Jones subiu 0,28%, aos 33.222,88 pontos. O S&P 500 avançou 1,49%, aos 4.288,65 pontos, enquanto o Nasdaq teve alta de 3,34%, aos13.473,59 pontos.
Bolsas na Europa
As bolsas na Europa fecharam bem antes do pronunciamento de Biden, com isso, sentiram mais de perto o peso da invasão russa que transformou uma crise diplomática em um conflito militar.
O pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de mais de 3%, atingindo seu ponto mais baixo desde o início de 2022, com os bancos caindo mais de 8% para liderar perdas.
O índice DAX da Alemanha esteve entre as principais bolsas com pior desempenho na Europa, caindo 4%.