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Mercadante derruba a Petrobras (PETR4), mas Haddad ‘salva’ o Ibovespa; dólar cai

Fernando Haddad durante palestra na Universidade de Columbia, em Nova York

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad durante palestra na Universidade de Columbia, em Nova York.

O mercado financeiro brasileiro acordou com uma surpresa desagradável, em uma espécie de ‘efeito Cinderela’ — com as 12 badaladas à meia noite, a percepção de que a Câmara dos Deputados iria blindar qualquer tentativa de mudanças na Lei das Estatais se desfez e um portal para a intervenção governamental nas empresas públicas foi criado. 

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Os deputados reduziram o tempo de quarentena para que atuantes em campanhas políticas sejam indicados para cargos em estatais, abrindo caminho para que Aloizio Mercadante tome posse como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), ampliando os temores de um governo que busque um “crescimento artificial” da economia. 

No início da tarde, Fernando Haddad saiu em busca de tentar encaixar o sapatinho de cristal novamente nos pés do ‘Sr. Mercado’. 

Em entrevista à GloboNews, o futuro ministro da Fazenda fez falas em defesa do equilíbrio das contas públicas, comprometeu-se com o desenho de um novo arcabouço fiscal já no início de 2023 e sinalizou que o papel do BNDES no próximo governo deve ser diferente do visto nas últimas gestões do PT — Haddad foi firme ao dizer que aumento de gastos não é o caminho para a economia crescer. 

Apesar de a Petrobras (PETR4) ter tombado quase 10%, o Ibovespa conseguiu sair do vermelho, com o mercado vendo um compromisso mais claro com o equilíbrio fiscal — ainda que as incertezas sobre o futuro das estatais siga pesando e o governo eleito tenha que provar esse discurso. 

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O principal índice da bolsa brasileira encerrou a sessão em alta de 0,20%, aos 103.745 pontos. O dólar à vista caiu 0,27%, aos R$ 5,3010.

A alta só não foi mais expressiva porque Wall Street não colaborou. Apesar de o Federal Reserve ter reduzido o ritmo do aperto monetário, não há sinais de que o ajuste na taxa básica de juros deva terminar tão cedo — o que desagradou os investidores. 

Todos os olhos em Powell

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, decidiu reduzir o ritmo da elevação de juros e anunciou um ajuste de 0,50 ponto percentual na taxa básica nesta quarta-feira (14). 

A decisão veio em linha com o esperado pelo mercado, mas a comunicação e o pronunciamento de Jerome Powell, presidente do Fed, acabaram decepcionando. 

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Isso porque embora a instituição não veja sinais de recessão à frente, o cenário-base é de juros elevados por mais tempo e acima da casa dos 5% — mas tudo pode mudar conforme os novos indicadores de inflação e atividade forem sendo divulgados. 

A decepção do mercado vem após alguns indicadores mostrarem uma desaceleração tanto na alta dos preços quanto no aquecimento da economia. Como resultado, os principais índices em Wall Street encerraram o dia em queda:

Sobe e desce do Ibovespa

Na segunda metade da sessão, os investidores encontraram apetite por risco e voltaram às compras. Confira as maiores altas do dia:

CÓDIGONOMEVALORVAR
CASH3Méliuz ONR$ 1,227,02%
SLCE3SLC AgrícolaR$ 44,886,33%
CIEL3Cielo ONR$ 4,586,26%
USIM5Usiminas PNAR$ 7,865,50%
ALPA4Alpargatas PNR$ 14,305,38%

Ainda sob o efeito da decisão de se alterar a lei das estatais, as ações da Petrobras (PETR4) despencaram e pressionaram o comportamento do Ibovespa ao longo de todo o dia. Confira também as maiores quedas da sessão:

CÓDIGONOMEVALORVAR
PETR3Petrobras ONR$ 24,29-9,80%
PETR4Petrobras PNR$ 21,47-7,93%
GOLL4Gol PNR$ 6,93-6,35%
MGLU3Magazine Luiza ONR$ 2,63-6,07%
SMTO3São MartinhoR$ 23,28-5,06%
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