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Frente fria chega ao Ibovespa e índice recua 1,12% na semana; dólar vai a R$ 5,16

Bull e bear (touro e urso), símbolos da alta e da queda nos mercados em Wall Street

Bull e bear (touro e urso), símbolos da alta e da queda nos mercados em Wall Street

O vento frio e cortante que atinge os arredores da B3 parece ter chegado ao coração dos investidores — interrompendo uma sequência de altas expressivas, o Ibovespa encerrou o dia em queda de 2,04%, aos 111.496 pontos, um recuo de 1,12% na semana. No mês, os ganhos ainda são de mais de 8%. 

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A origem da mudança de tempo na bolsa brasileira, no entanto, parece estar longe do ar polar que derrubou as temperaturas na capital paulista nesta sexta-feira (19) e mais ligado aos sinais deixados pela ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, divulgada na última quarta-feira. 

Mesmo com a campanha eleitoral brasileira oficialmente começando e o debate político mais quente, a semana não teve grandes emoções além do indicativo de que o Fed deve seguir subindo a taxa de juros nas próximas reuniões e de que ainda é cedo para tentar projetar um fim para o ciclo de aperto monetário. 

Com os ventos contrários ao apetite por risco, os investidores interromperam a sequência de ganhos que vem marcando o mês de agosto. As fortes perdas vistas hoje em Wall Street foram replicadas no mercado local. 

Apesar da queda da bolsa e da pressão no mercado de juros, o dólar à vista fechou a sessão em queda de 0,08%, a R$ 5,1680, mas na semana os ganhos foram de 1,85%. 

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O grande evento da semana

Parte da cautela que perdurou ao longo da semana veio da antecipação e posterior digestão da ata da última reunião do Federal Reserve, divulgada ontem (18). 

Os membros do Banco Central americano seguiram mostrando preocupação com a escalada da inflação e acreditam que será preciso manter a taxa de juros em patamar restritivo por mais algum tempo, mas não descartaram reduzir o ritmo das altas em breve. 

Assim, as apostas em uma elevação de 50 pontos-base seguem sendo majoritárias para a próxima reunião, mas ajustes maiores não estão totalmente descartados — afinal, os indicadores econômicos continuam mostrando sinais mistos, e os dirigentes do Fed parecem longe de um consenso. 

Sobe e desce do Ibovespa na semana

Apesar dos balanços trimestrais terem mostrado que a dificuldade do setor de proteínas nos Estados Unidos deve seguir afetando as multinacionais brasileiras com grande exposição ao país, as ações dos frigoríficos ficaram com as maiores altas da semana — muito por conta da melhora de margens e do avanço do dólar na semana. 

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Empresas do setor de energia e saneamento também apareceram como opções frente ao aumento da cautela da semana. Confira as maiores altas do Ibovespa no período:

CÓDIGONOMEVALORVARSEM
MRFG3Marfrig ONR$ 15,518,46%
BEEF3Minerva ONR$ 14,887,36%
JBSS3JBS ONR$ 32,376,41%
SBSP3Sabesp ONR$ 46,576,20%
POSI3Positivo Tecnologia ONR$ 10,406,12%

Na ponta contrária, o avanço da curva de juros influenciou a queda de setores mais sensíveis ao movimento, como varejo e tecnologia. Além disso, a semana foi de perdas para o setor de commodities — de olho em dados fracos da China e incertezas sobre a oferta.  Confira as maiores quedas do Ibovespa na última semana:

CÓDIGONOMEVALORVARSEM
YDUQ3Yduqs ONR$ 12,33-20,71%
QUAL3Qualicorp ONR$ 10,45-9,52%
CSNA3CSN ONR$ 15,37-7,91%
DXCO3Dexco ONR$ 10,39-7,81%
CASH3Méliuz ONR$ 1,24-7,46%
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