O dia não foi fácil para as ações da BRF (BRFS3) na bolsa brasileira. Com queda de mais de 11%, as ações do frigorífico fecharam com a maior queda do Ibovespa no dia, e a movimentação dos papéis chamou a atenção da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o xerife do mercado de capitais.
Como acontece de vez em quando com as empresas negociadas em bolsa, a autarquia questionou a BRF a respeito das chamadas "negociações atípicas" dos seus ativos, o que ocorre quando a cotação de determinada ação oscila em um dia mais do que o seu normal ou quando o número ou volume de negociações fica acima da média histórica.
A CVM deu um prazo até amanhã para a BRF responder, mas a companhia já se manifestou, dizendo que "não tem conhecimento de qualquer fato ou informação não pública que possa justificar as oscilações, mencionadas no Ofício, com relação à cotação e ao volume de negociação das ações de sua emissão."
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Recall e rebaixamento da BRF
Embora a queda dos papéis nesta terça de fato possa parecer exagerada, houve pelo menos três fatos negativos envolvendo a BRF que podem ajudar a explicar o movimento das suas ações.
O primeiro é o fato de que, na última sexta-feira (21), o Ministério da Agricultura determinou o recolhimento, em todo Brasil, de petiscos caninos da Balance, marca da BRF Pet, subsidiária da companhia de produtos para animais de estimação. Ontem, os papéis da BRF já haviam fechado o dia em queda de 7,70%.
Pior: é a segunda vez, em tempos recentes, que a Balance é obrigada a fazer recall de algum de seus produtos, e por motivo semelhante: a contaminação por substâncias tóxicas.
Os outros dois fatos são as avaliações negativas emitidas por bancos acerca das ações da empresa nesta terça. O JP Morgan cortou o preço-alvo das ações BRFS3 de R$ 16,50 para R$ 15; já o Citi rebaixou a classificação de BRFS3, de compra para neutra — com risco elevado —, e cortou o preço-alvo de R$ 29 para R$ 18. Em ambos os casos, pesou na avaliação dos analistas a avaliação do desempenho da BRF no mercado local.