Os resultados fracos e aquém do esperado do Bradesco (BBDC4) no terceiro trimestre já provocaram rebaixamento das ações do banco. Por enquanto, o Credit Suisse e o BTG Pactual revisaram as recomendações para os papéis do Bradesco.
A avaliação geral dos analistas é de que os números do Bradesco decepcionaram - e não foi pouco. Inclusive, a reação das ações na bolsa indicam que os investidores também ficaram insatisfeitos: os papéis despencaram 17,38%, para R$ 15,35.
O Credit Suisse foi o mais rígido e cortou a recomendação para as ações do Bradesco de Compra (outperform) para Venda (underperform), sem passar pelo estágio Neutro (market perform).
O BTG Pactual também cortou a recomendação, mas deixou de indicar a compra de BBDC4 e passou a ter uma avaliação neutra, sob a avaliação de que uma recuperação dos resultados e da confiança do mercado não será rápida.
“Sim, alguns dos problemas que prejudicam os resultados do Bradesco são provavelmente cíclicos, mas é difícil não acreditar que possa haver algo mais estrutural explicando o gap no desempenho”, escreveram analistas do BTG Pactual.
O BTG questionou, ainda, se a transformação digital do Bradesco está aquém dos seus concorrentes, o que se traduziria num maior gap de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE).
O ROE, vale ressaltar, caiu 5 pontos percentuais de um trimestre para o outro, fechando setembro a 13%, um dos patamares mais baixos da história do Bradesco.
O pior ainda está por vir
Outras casas mantiveram suas recomendações intactas nesta primeira análise, mas é possível que elas façam revisões num futuro próximo (veja as recomendações no final da matéria).
Isto porque, segundo o próprio Bradesco, o pior ainda está por vir. Durante coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (9), o CEO do banco, Octavio de Lazari Junior, deixou claro que as coisas vão piorar antes de melhorar.
“Entramos num novo ciclo de aumento de provisões que deve continuar ao longo de 2023 em razão do crédito já concedido na área de massificado”, afirmou o executivo.
Lazari ressaltou, ainda, que o Bradesco ainda não chegou no pico da inadimplência. Ele enxerga isso acontecendo entre o primeiro e o segundo trimestres de 2023, ou seja, há espaço para piorar. Leia mais aqui.
“Ao que tudo indica, a piora sistêmica no ciclo de crédito tem impactado o Bradesco mais intensamente que seus pares”, afirmou a analista da Empiricus Larissa Quaresma.
Confira as recomendações para o Bradesco das casas que tivemos acesso:
CASA | RATING | PREÇO-ALVO | POTENCIAL* |
GOLDMAN SACHS | COMPRA | R$ 27 | 45% |
UBS BB | COMPRA | R$ 24 | 29% |
GENIAL | COMPRA | R$ 24 | 29% |
JP MORGAN | NEUTRO | R$ 22 | 18% |
ITAÚ BBA | NEUTRO | R$ 21 | 13% |
XP | NEUTRO | R$ 22 | 18% |
BTG PACTUAL | NEUTRO | R$ 21 | 13% |
CREDIT SUISSE | VENDA | R$ 19 | 2% |