O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas, faleceu na manhã de hoje, aos 41 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.
Bruno Covas, do PSDB, tratava um câncer originado entre o esôfago e o estômago e que rapidamente se espalhou para outras partes do corpo.
De acordo com uma comunicado assinado pelos médicos Luiz Francisco Cardoso e Angelo Fernandez, Bruno Covas faleceu às 8h20 da manhã deste domingo.
Luto oficial
Com isso, o vice-prefeito Ricardo Nunes assume em definitivo a prefeitura de São Paulo. Em ato formal, com base na Lei Orgânica do Município, a Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Paulo reuniu-se às 11h20 para declarar a extinção do mandato do prefeito Bruno Covas. Nunes decretou luto oficial de sete dias pela morte de Covas.
Mensagens de pesar e velório
O falecimento do prefeito mobilizou aliados e adversários políticos na divulgação de notas de pesar e solidariedade aos amigos e familiares.
O corpo de Bruno Covas foi velado na Prefeitura de São Paulo antes de seguir em cortejo até Santos, onde foi sepultado no início da noite.
Licença do cargo e última internação
Covas licenciou-se do cargo de prefeito em 2 de maio, mesmo dia no qual internou-se no Hospital Sírio Libanês. Ele foi intubado no dia seguinte por causa de um sangramento no estômago, mas apresentou uma rápida melhora e deixou a unidade de terapia intensiva no dia 4.
O prefeito chegou a celebrar a melhora compartilhando uma foto ao lado do filho Tomás nas redes sociais, mas seguiu internado. O quadro clínico do prefeito apresentou piora considerável na última sexta-feira, quando o Hospital Sírio-Libanês emitiu boletim médico informando que a situação do prefeito era irreversível.
Na manhã de hoje, os médicos informaram que o prefeito licenciado morreu em decorrência das complicações de "um câncer da transição esôfago gástrica, com metástase ao diagnóstico".
Luta contra o câncer começou meses antes da pandemia
O tumor no trato digestivo foi descoberto no fim de 2019. Bruno Covas internou-se no Sírio-Libanês em 23 de outubro daquele ano para tratar uma erisipela em uma das pernas. Os primeiros exames, porém, levaram a um diagnóstico de trombose venosa. A seguir, novos procedimentos revelaram um tumor no trato digestivo.
O tratamento inicial consistiu em sessões de quimioterapia e o prefeito parecia reagir bem. Em meio ao tratamento, Bruno Covas elegeu-se prefeito em outubro do ano passado.
Santista como o avô, Bruno Covas foi muito criticado por ter viajado ao Rio de Janeiro com o filho adolescente Tomás no início do ano, em meio à pandemia, para assistir à decisão da Copa Libertadores da América de 2020, na qual o Palmeiras venceu o Santos com um gol no último minuto de partida.
O quadro clínico do prefeito voltou a deteriorar-se em fevereiro deste ano, quando os exames realizados depois de uma hemorragia hepática terem revelado novos tumores. Além de atingir o fígado, o câncer desenvolveu metástase óssea.
Trajetória política
Neto do ex-governador paulista Mario Covas, Bruno nasceu em 7 de abril de 1980. Ingressou na política estudantil e entrou para a Juventude do PSDB, da qual chegou a ser presidente.
Formado em direito pela USP (2002) e em economia pela PUC de São Paulo (2005), Bruno Covas elegeu-se deputado estadual em 2006 e reelegeu-se em 2010. No ano seguinte à reeleição, tornou-se secretário do Meio Ambiente do governador Geraldo Alckmin.
Exonerou-se em 2014 para concorrer a uma cadeira no Congresso e elegeu-se deputado federal por São Paulo. Dois anos depois, Bruno Covas deixou a Congresso Nacional para tornar-se vice-prefeito de São Paulo na chapa encabeçada pelo atual governador do Estado, João Dória.
Bruno Covas assumiu a prefeitura em 2018, quando Dória deixou o cargo para concorrer ao governo estadual. No ano passado, Covas concorreu à prefeitura e elegeu-se para um mandato pleno como prefeito, vencendo em segundo turno o candidato Guilherme Boulos, do PSOL.
Com o falecimento de Covas, o prefeito de São Paulo passa a ser Ricardo Nunes (MDB), vice na chapa tucana de 2020 e que já desempenhava interinamente a função desde o licenciamento de Bruno no início de maio.
Divorciado, Bruno deixa o filho Tomás, de 15 anos.