Na última quinta-feira, (9), o Nubank (NU) estreou com o pé direito em Nova York: precificou suas ações no teto da faixa indicativa do IPO e viu seus papéis dispararem mais de 30% no primeiro dia de negociações. Mas tudo que sobe desce. E não demorou muito para isso acontecer. Na NYSE, os papéis fecharam o dia com desvalorização de 8,78%.
Provavelmente se trata de uma realização de lucros após os dois primeiros dias de negociação, em que as ações do Nubank acumularam uma alta de mais de 30%.
O desenho da oferta pública contribui para essa volatilidade. O IPO do Nubank não teve lock up para a maioria dos investidores, à exceção dos membros do conselho de administração, diretores e os clientes que aceitaram o “pedacinho” na forma de BDR, recibo de uma fração de uma ação do banco digital, negociado na bolsa brasileira.
O lock up é um mecanismo que obriga aqueles que entram na oferta a permanecerem com a posse das ações por um prazo pré-determinado.
Trata-se, portanto, de uma forma de incentivar os investidores a comprarem o papel com uma visão mais de longo prazo, priorizando as características da empresa e as perspectivas do negócio, e não de olho numa possível valorização de curto prazo.
Ao optar por não adotar essa regra, o banco deixou grande parte dos investidores livre para “flipar”, isto é, entrar no badalado IPO na expectativa de uma rápida valorização das ações logo nos primeiros dias de negociação, para logo depois vendê-las, com lucro.
Assim, muitos investidores optaram por vender seus papéis, mesmo sabendo que nada mudou nas perspectivas para o banco do cartão roxo em apenas três dias de pregão.
Por aqui, a situação do Nubank é parecida. Os papéis também são negociados no vermelho. Os BDR do banco (NUBR33) fecharam em queda de 7,39%.