A crise de liquidez no mercado imobiliário chinês acendeu o sinal de alerta em relação à situação de mais uma grande incorporadora chinesa.
Depois de a Evergrande ter chegado à iminência de um calote de sua vida, agora é a vez de a Sunac China Holdings buscar ajuda governamental para fazer frente à falta de liquidez de algumas de suas operações.
Em carta endereçada à prefeitura de Shaoxing, cidade de 5 milhões de habitantes situada ao sul de Xangai mais conhecida por sua aguardente de arroz, a Sunac requisita “apoio especial” do governo municipal para resistir à desaceleração das vendas em seus empreendimentos.
"Solicitamos sinceramente ao governo que nos forneça apoio especial, pois nossas operações em Shaoxing têm sido conduzidas com dificuldade e a situação se deteriora a cada dia", diz a carta atribuída a representantes da unidade local da Sunac e à qual o periódico Nikkei Asia teve acesso.
Governo chinês aperta o cerco contra especulação imobiliária
A carta não especifica o tipo de ajuda do qual a Sunac precisa, mas a circulação de uma cópia do documento pela internet durante o fim de semana desencadeou uma onda de vendas nos papéis da empresa. As ações da Sunac caíram mais de 9% na sessão de hoje em Hong Kong, atingindo o nível mais baixo em quatro anos.
A queda na demanda por imóveis construídos pelas grandes incorporadoras chinesas é atribuída às medidas implementadas pelo governo com o objetivo de fazer frente aos efeitos da especulação imobiliária.
Situação da Sunac é mais sólida que a da Evergrande, afirma Nomura
A Sunac ainda não se manifestou publicamente sobre o documento. Segundo analistas da Nomura Holdings, porém, a Sunac esclareceu que a carta seria “apenas um rascunho interno” para se comunicar com o governo local, e não um documento oficial.
Além disso, prossegue a Nomura, ainda que a Sunac não esteja imune ao aperto regulatório sobre o setor imobiliário, ela encontra-se numa situação mais sólida que a da Evergrande e não há o risco de um calote iminente.