Em meio às dificuldades que vem enfrentando com os acionistas minoritários da Smiles (SMLS3), a Gol (GOLL4) decidiu “adoçar” a sua proposta para incorporar a empresa que cuida de seu programa de fidelidade e tentar acabar de vez com esta novela, que se arrasta há anos, na assembleia de acionistas marcada para esta quarta-feira (24).
A companhia aérea anunciou nesta madrugada que aumentou sua oferta para os acionistas da Smiles em 17,1%, aumentando a relação de troca proposta implícita de 0,825 para 0,966.
A alteração, segundo a Gol, implica em uma oferta com o preço implícito de R$26,14 por ação.
Caso a proposta seja finalmente aprovada pelos acionistas da Smiles, eles poderão receber, para cada ação de que forem proprietários:
- uma parcela em dinheiro de R$8,28 e 0,660 ação preferencial de emissão da Gol; ou
- uma parcela em dinheiro de R$21,68 e 0,165 ação preferencial Gol.
Segundo a Gol, esta proposta representa um aumento do prêmio de 26,3% para 47,9% para os acionistas da Smiles.
“A proposta de reorganização revisada acima é o resultado de negociações com alguns dos maiores acionistas da Smiles, representando um apoio preliminar de aproximadamente 25% dos acionistas minoritários da Smiles”, diz trecho do comunicado.
Incorporação difícil de sair
A Gol tenta, desde 2019, incorporar a Smiles, sob a justificativa de que as mudanças na dinâmica competitiva no mercado aéreo e de programas de fidelidade, que acabaram aceleradas pela pandemia de covid-19, tornam necessária a união das operações, “a fim de garantir a competitividade a longo prazo e a viabilidade das atividades de ambas as sociedades”.
Desde 2013, a Smiles é uma empresa independente e listada em bolsa. A Gol mantém um contrato com a Smiles para a gestão do programa de fidelidade, que estabelece condições e preços para troca de passagens por milhas.
No entanto, os acionistas minoritários da Smiles vêm rejeitando as seguidas propostas da Gol, avaliando que as propostas subvalorizam suas participações.