Com o mercado ainda em recuperação da crise provocada pela pandemia, a XP Investimentos iniciou a cobertura de duas empresas que a corretora acredita que crescerão com a retomada econômica: Westwing (WEST3) e Jalles Machado (JALL3).
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Ambas são ainda novatas no mercado. Inclusive, estrearam na Bolsa com dias de diferença em 2021, sendo que a Jalles Machado estreou no dia 8 de fevereiro, enquanto a Westwing iniciou suas negociações em 12 de fevereiro. Vale lembrar que a XP foi coordenadora das duas ofertas públicas, então é natural que a corretora dê início à cobertura do papel indicando a compra.
Quando passear se torna digital
A Westwing, empresa de e-commerce focada em decoração, faz parte de um mercado ainda "pouco penetrado e muito fragmentado", afirmam os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt e Marco Nardini.
A XP tem preço-alvo de R$ 17 para a ação da Westwing até o fim de 2021, o que representa um potencial de 93% de valorização.
No relatório, os analistas destacam pontos como:
- Um cenário favorável impulsionado pelo aumento da penetração do e-commerce e uma consolidação da categoria de casa e decoração;
- O modelo de campanhas da companhia seria o único entre os pares, tendo um maior engajamento dos consumidores ao mesmo tempo em que cria barreiras de entrada para competição;
- Há um espaço para marketplaces de casa e decoração nichados, tendo como lógica que a curadoria é um diferencial na hora de comprar nesta categoria;
- Haveria alavancas de crescimento, como a maior penetração nas categorias de estilo de vida e marca própria, abertura de lojas próprias para fortalecer o reconhecimento da marca e capacidades multicanais, lançamento de programa de fidelidade, entre outros.
Açúcar & Etanol
Já com a empresa agrícola Jalles Machado (JALL3), a XP destaca o bom desempenho do segmento de açúcar e etanol, um dos que se recuperaram mais rapidamente dos efeitos da pandemia. Os analistas Leonardo Alencar, Larissa Pérez e Marcella Ungaretti estipularam um preço-alvo de R$ 14 para a ação, o equivalente a um potencial de alta de 80%.
Pelo lado do açúcar, a lógica seria pautada na ideia de que a demanda continuará crescendo em função de dois fatores:
- Um gradual retorno ao “normal” em economias desenvolvidas, onde a vacinação tem ocorrido de maneira mais ágil, e também onde a demanda por açúcar orgânico vem aumentando de maneira acelerada, em linha com a tendência global de procurar uma vida mais saudável;
- Essa mudança de hábitos também ocorrerá no caso das economias em desenvolvimento, tendência que já vinha ocorrendo pré-pandemia e que deve ser acelerada com a suspensão das restrições, principalmente na Ásia.
Já com o etanol, o consumo também estaria se recuperando, sendo impulsionado pela alta do petróleo. Para a commodity, o principal desafio seria o aumento da produção do etanol, já que o açúcar tem sido mais rentável para as indústrias, ganhando a preferência dos usineiros.
Para equilibrar essa equação, os analistas apostam que as negociações de contratos de carbono deverão entrar na jogada, ajudando a empresa. Além disso, o real desvalorizado frente ao dólar favorece os produtores brasileiros, atuando como um "incentivo extra".