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Como a Visa pretende implementar o pagamento em criptomoedas no Brasil

Foto de Eduardo Abreu, vice presidente de novos negócios da Visa, em entrevista sobre adoção do bitcoin

Chegaremos ao dia em que pagar nossas contas com bitcoin será tão trivial quanto usar o cartão de crédito ou o PIX? Se depender da gigante de meios de pagamento Visa, usar a criptomoeda para transações do dia a dia — e não apenas como reserva de valor ou investimento — em breve será uma realidade.

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A empresa antecipou em primeira mão ao Seu Dinheiro a intenção de auxiliar corretoras a processarem pagamentos em criptomoedas no Brasil em uma entrevista em março. Agora, conta mais detalhes sobre como vai implementar essa estratégia.

Enquanto a corretora (exchange) fica com as transações em criptomoedas, a Visa cuida do dinheiro corrente (ou fiat), como dólar, real ou qualquer outro.

A adoção de criptomoedas não chega a ser algo tão novo para a companhia, que já opera com 180 moedas diferentes e possui mais de 70 milhões de estabelecimentos em todo o mundo. A ideia agora é levar a expertise em segurança para o mundo das criptomoedas, me disse Eduardo Abreu, vice-presidente de novos negócios da Visa no Brasil. 

A empresa está de olho em um mercado que movimentou US$ 1 bilhão no primeiro semestre, mas dá toda a pinta de que está apenas no começo.

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“A grande vantagem da adoção do bitcoin é, sem dúvida, a facilidade”, afirma Abreu. “Sem precisar trocar uma moeda fiat [“fiduciária”, a moeda corrente do país], existe uma otimização das trocas na hora de usar bitcoin.” 

Bitcoin no cartão

A Visa trabalha com algumas corretoras de cripto (exchanges) e empresas para lançar um cartão conectado à conta. No Brasil, três nomes estão no projeto: Zro Bank, Alterbank e Rippio.

Mas o cartão ligado a uma exchange ainda é um pequeno passo. A ideia é aproximar ainda mais o mundo das criptomoedas da vida financeira diária das pessoas e conectar a conta nos bancos convencionais com a tecnologia em criptomoedas. Este conteúdo exclusivo também está disponível na nossa página no Instagram. Lá, você pode conferir as notícias que mexem diretamente com o seu patrimônio sem enrolação, em questão de segundos você estará a par de todas as notícias e análises que impactam o seu dinheiro. Clique no post abaixo e confira:

Abreu comenta que a Visa tem planos de desenvolver aplicações (APIs, no termo técnico) para unir os bancos tradicionais com os produtos criptográficos. Dessa forma, seria possível fazer investimentos em criptomoedas e ações, ETFs, entre outros, dentro de uma mesma plataforma. 

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Blockchain entre empresas

Ainda em terras nacionais, a empresa está desenvolvendo um projeto com tecnologia de blockchain — a tecnologia que permitiu a criação do bitcoin. “É uma ideia de B2B [“business to business”] que permite pagamentos entre empresas com contratos em blockchain. Nós já temos clientes testando o piloto, que deve ter maiores novidades em breve”, afirma.

Dessa forma, empresas poderiam processar pagamentos corporativos internacionais e de alto valor com maior segurança.

Esses contratos via blockchain facilitam a transparência dos negócios, bem como a automação de assinaturas digitais. A tecnologia pode trazer maior agilidade e reduzir custos das empresas.

No cenário global, a Visa já adquiriu o CriptoPunks 7610, um dos NFTs mais populares do mundo. Sigla para “non-fungible token”, ou “token não fungível”, o NFT é uma tecnologia que está sendo usada para dar autenticidade a objetos digitais. Saiba como eles ganharam o mercado este ano

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Cashback em critptomoedas

Um estudo recente mostrou que 60% dos norte-americanos têm interesse em fazer compras em bitcoin e criptomoedas. A pesquisa ainda mostrou que 59% das pessoas que têm ou já tiveram cripto usariam as moedas como meio de pagamento se houvesse alguma forma de desconto. 

De olho nesse potencial, a Visa já está com uma parceria forte com as exchanges para que elas possam oferecer um cashback em cripto. O Zro Bank, por exemplo, lançou em 2020 o primeiro cartão de débito com cashback retroativo em bitcoin.

A iniciativa divide opiniões dos especialistas. Se, por um lado, é uma forma de estimular o uso de criptoativos por quem ainda não conhece esse mercado, por outro, o cliente pode acabar recebendo algum shitcoin (“moedas porcaria”, em uma tradução mais educada). 

O executivo da Visa, contudo, está entre os que acreditam na iniciativa. “O brasileiro já têm a cultura de receber pontos do cartão, milhas, descontos, etc. Por que não receber criptomoedas com o cartão de crédito também?”. No vídeo abaixo, você confere uma lista com outras 6 criptomoedas que têm potencial para disparar em 2021. Clique no vídeo abaixo e confira:

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Pagamentos em bitcoin

Diversos países já começaram a adotar criptomoedas como moedas oficiais ou desenvolver CDBCs, as Moedas Digitais de Banco Central, na tradução do inglês. É o caso de El Salvador, que passou a adotar o bitcoin como uma das moedas oficiais, junto com o dólar, e a China, com o yuan digital que já movimentou US$ 5 bilhões em transações

A adoção do bitcoin como uma “moeda internacional” ainda enfrenta alguns entraves, mas a Visa já se prepara para isso. Atualmente, as compras com cartões de criptomoedas fazem o seguinte caminho:

Com a adoção do bitcoin como moeda, a transação seria direta. Ou seja, a conta é paga com uma redução direta no saldo de bitcoins. Isso torna o processo mais barato, rápido e seguro. 

E segurança é a palavra do momento. A Visa já gasta, por ano, aproximadamente US$ 25 bilhões em melhorias de segurança, segundo Abreu.

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Abreu não revelou quando começa a testar os pagamentos em bitcoin no Brasil, mas em março o CEO da Visa no país, disse ao Seu Dinheiro que a expectativa era de implementar a novidade ainda em 2021.

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