O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que não vê um ambiente de competição entre bancos e fintechs. "Acho que não é competição, mas integração entre mídia social e sistema financeiro", comentou durante participação em uma reunião virtual nesta segunda-feira, 12.
No evento, que reuniu presidentes de bancos centrais da América Latina e foi promovido pela Secretaria-Geral Ibero-Americana e pelo Banco de España, Campos Neto destacou as inovações do BC com o PIX, plataforma de transações instantâneas, e a liberação recente de pagamentos pelo WhatsApp.
"A convergência entre mídia social e sistema financeiro é a maior inovação no momento", salientou. O presidente do BC esperava esse movimento demoraria cinco anos para acontecer. Contudo, segundo ele, a pandemia tem sido uma "aceleradora de tendências".
Além de repetir que a sociedade demanda que a saída da crise sanitária seja inclusiva e sustentável, o Campos Neto classificou a tecnologia como um instrumento de democratização financeira, ao levar serviços bancários a zonas remotas.
O presidente do BC também pontuou que o futuro da indústria financeira está em produção e interpretação de dados, após a ruptura do modelo tradicional de bancos baseado em capilaridade de agências e plataformas fechadas. "Os bancos centrais precisam ter atenção redobrada com a integração de mídias sociais e bancos", avaliou.
"Após energia e alimentos, a terceira onda de sustentabilidade virá nos fluxos financeiros", acrescentou. Campos Neto aproveitou ainda o evento para reafirmar que o Banco Central está avançando no projeto de moeda digital e prometeu "notícias em breve".
"É importante que os bancos centrais tenham interação maior sobre moeda digital e que moedas digitais de diversos países tenham características comuns", assinalou Campos Neto.