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João Doria vence prévias e será candidato à presidência pelo PSDB; Em discurso, manda recado à Lula e Bolsonaro e faz aceno para 3ª via

João Doria

Governador do Estado de São Paulo, João Doria, durante Coletiva de imprensa sobre Coronavírus

As tão esperadas prévias do PSDB chegaram ao fim, em meio a embates técnicos sobre o sistema de votação e muita confusão interna. O atual governador de São Paulo, João Doria, saiu vencedor das prévias tucanas para a escolha do pré-candidato do partido à Presidência em 2022.

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Em seu discurso após o resultado, Doria pregou uma união interna do partido e pediu ajuda das demais siglas de centro para a “consolidação” de um “melhor projeto” para o Brasil. “Ninguém faz nada sozinho. Precisamos da ajuda de todos. Da união do Brasil. Da união do PSDB. Da união com outros líderes e partidos”.

Dentro do resultado

Doria obteve 53,99% dos votos, superando o governador Eduardo Leite (RS), que somou 44,66%, e o ex-senador Arthur Virgílio (AM), com 1,35%. O resultado oficial mostra que Doria só não foi escolhido pelos vereadores, que preferiram Leite. Cerca de 30 mil tucanos participaram da escolha, que afunila mais a busca entre os partidos do centro por uma “terceira via”.

Os demais filiados, com cargo ou sem, deram a vitória ao governador de São Paulo em votações apertadas. Entre prefeitos e vice-prefeitos, por exemplo, o placar foi de 393 a 363. Nas bancadas federal e estaduais, a diferença foi de sete votos para Doria, que somou 37, e na chamada “elite tucana” - que reuniu senadores, governadores e vice e ex-presidentes do partido -, o paulista obteve 27 votos, contra 24 dados a Leite.

A maior diferença foi marcada mesmo entre tucanos sem mandato: 15.646 votaram em Doria e 9.387 optaram pelo gaúcho. Ontem, diferentemente do que ocorreu domingo passado com o aplicativo original desenvolvido para a disputa, não houve falhas.

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Os próximos passos

Após semanas de embates acalorados contra Leite e rugas explícitas no partido, Doria inicia agora um trabalho para pacificar o tucanato e se viabilizar como alternativa eleitoral em espectro político já congestionado, mas que tem outros nomes, como o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

No discurso, Doria ressaltou que não há derrotados no processo interno do PSDB e afirmou que o partido foi vitorioso no processo e que estará unido na “construção de um melhor projeto para o País”. Na sequência, apontou o rumo que sua eventual campanha deve tomar, o de ataques ao atual presidente, Jair Bolsonaro, que deve se filiar ao PL, e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — que lidera das pesquisas de intenção de voto.

Lula, você não terá em mim alguém complacente no debate. Fazer política pública aos mais pobres não dá a ninguém o direito de roubar”, afirmou. Sobre Bolsonaro, o então candidato que apoiou em 2018, Doria foi igualmente crítico. Disse que o presidente “vendeu um sonho e entregou um pesadelo”. Em seguida, afirmou que o “tempo da corrupção, da incompetência, do negacionismo, da irresponsabilidade fiscal, da regulação da mídia e dos ataques às instituições democráticas precisa ficar para trás. Vamos dar um basta”.

Divisões internas

Apesar das declarações de maturidade política de Leite e do clamor por união de Doria, reunir os cacos da disputa com ar fratricida, com acusações de perseguição política, traições, cobrança de expurgos e até compra de votos não será uma tarefa fácil.

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E o desafio não é só interno. O PSDB saiu atrasado para fazer sua pré-candidatura ganhar tração no cenário nacional. Com a demora na definição, a disputa pela liderança da terceira via se congestionou com a entrada de Moro, dos senadores Rodrigo Pacheco (PSD) e Simone Tebet (MDB), que deve ser lançada nos próximos dias, e Luiz Felipe D’Avila (Novo). Todos se colocam como opção à polarização entre Lula e Bolsonaro.

Derrotado, Leite deve ser convidado a integrar a pré-campanha de Doria. Ele afirmou que nunca representou um projeto pessoal e que o PSDB tem força política e capacidade para liderar um projeto dentro do centro democrático e furar o que chamou de “polarização inútil”. Antes mesmo do resultado, Virgílio alertou sobre mais um desafio: “desbolsonarizar o PSDB”.

*Com informações do Broadcast

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