Quando lidar com sustos, cautela e vários monstros no armário faz parte da sua rotina, não tem superstição que o amedronte. Por isso, o Ibovespa passou imune ao azar por mais uma Sexta-feira 13. A clássica máscara de Jason não é nada perto do frio na espinha causado pelo estado das contas públicas e as dificuldades políticas em Brasília.
Os monstros debaixo da cama do mercado brasileiro perturbaram o sono da B3 nos últimos dias, desviando a atenção dos bons resultados apresentados pelas empresas no segundo trimestre de 2021 e limitando o efeito das novas máximas históricas na Europa e nos Estados Unidos — aqui, os juros tiveram mais um período de forte alta, o dólar à vista acumulou uma valorização de 0,17% e o Ibovespa recuou 1,32% na semana.
Você provavelmente sabe quais são esses monstros: os planos de parcelamento de precatórios, o adiamento da votação da reforma do imposto de renda e a conta do novo auxílio social proposto pelo governo, que não fecha. Hoje eles não tiraram exatamente um dia de folga, mas digamos que trabalharam por meio período.
Na parte da manhã, a pressão das preocupações político-fiscais fizeram o dólar ir na contramão da queda vista no exterior, e o Ibovespa operou em queda por um bom tempo. No fim, prevaleceu a reação positiva do mercado aos dados macroeconômicos.
Nos Estados Unidos, o sentimento do consumidor atingiu o menor nível desde 2011, sustentando a leitura de que o Federal Reserve não está pronto para retirar os estímulos monetários da maior economia do mundo. O dólar passou a recuar com mais força no exterior, e a divisa fechou o dia em queda de 0,22%, a R$ 5,2451, por aqui.
No Brasil, o índice de atividade econômica (IBC-Br), avançou 1,14% em junho no comparativo mensal. Com o leve alívio no câmbio e a prévia do PIB do Banco Central mostrando um crescimento acima do esperado, a bolsa apagou parte das perdas da semana, com o Ibovespa encerrando o dia com uma alta de 0,41%, aos 121.193 pontos. A recuperação é bem-vinda, mas ela pode vir acompanhada de mais uma boa dose de inflação.
O câmbio e a bolsa podem até ter tido uma boa sexta-feira 13, mas o mercado de juros seguiu sentindo um frio na espinha, e os principais contratos de DI tiveram mais um dia de alta. Os investidores seguem preocupados com as questões político-fiscais, já que a proximidade do fim de semana traz uma dose extra de cautela — nunca se sabe o que os monstros debaixo da cama podem aprontar enquanto o mercado financeiro descansa.
No campo corporativo, foi mais um dia forte de divulgações e estreias:
- Ações da CPFL (CPFE3) subiram forte após anúncio de dividendos e crescimento no lucro;
- IMC (MEAL3) deixou o prejuízo para trás e lucrou R$ 21 milhões no segundo trimestre;
- As ações das Americanas S.A (AMER3) caíram mesmo após o balanço mostrar avanço no lucro;
- Os ajustes feitos no primeiro balanço do TC (TRAD3) como empresa de capital aberto não agradaram os investidores;
- A Embraer esquenta seus motores novamente, com projeções ainda melhores para o próximo semestre;
- A estreante do dia também teve boa sorte nesta sexta-feira 13. A Kora Saúde subiu mais de 18% no primeiro dia de negociações.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta sexta-feira, incluindo os principais destaques do pregão e as ações com o melhor e o pior desempenho.
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