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Ibovespa deve seguir testando rali de commodities em meio a pressões inflacionárias

O bom desempenho das ações relacionadas a commodities está garantindo o almoço do Ibovespa esta semana. Na segunda-feira, elas seguraram o principal índice de ações da B3 perto da estabilidade. Ontem, enquanto Wall Street recuava, as commodities proporcionaram ao Ibovespa fôlego suficiente para registrar uma boa alta.

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O fato é que a alta nos preços do minério de ferro vem puxando consigo os setores de mineração e siderurgia nos últimos dias. Como a Vale sozinha responde por mais de 13% do valor teórico do índice, qualquer desempenho acima da média dessa bluechip brasileira segura bem a onda do Ibovespa, que ontem fechou em alta de 0,87%, aos 122.964 pontos, posicionando-se a cerca de 2% de seu topo histórico. O mercado de câmbio também tem aproveitado bem a onda e ontem o dólar recuou 0,18% em relação ao real, encerrando a R$ 5,2227.

Inflação nos EUA deve ser o driver do dia

Hoje, mais uma vez, é improvável que o Ibovespa conte com bons ventos vindos de fora, ainda que o minério de ferro tenha fechado em leve alta.

Os mercados internacionais seguem patinando e não deverão tomar uma direção antes da divulgação dos dados oficiais de inflação nos Estados Unidos em meio a expectativas de forte aceleração.

Analistas estão de olho em sinais de superaquecimento na economia norte-americana na tentativa de antecipar quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) começará a reverter sua política de juro básico perto de zero, bem como seu programa de compra de ativos.

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E é até fácil entender o motivo. Não fosse a colossal liquidez injetada pelos bancos centrais - Fed à frente - logo aos primeiros impacto da pandemia, o rali observado desde então nos mercados financeiros não teria ocorrido.

Há quem tema, inclusive, que esse rali de commodities que vem puxando o Ibovespa já seja um indicativo de pressão inflacionária em vista do início do processo de recuperação em algumas das economias mais desenvolvidas.

O fato é que os mercados financeiros em quase todo o mundo estão se sustentando na liquidez em um momento no qual a economia global não apenas patina, mas esboça uma recuperação desigual e repleta de incertezas.

Portanto, qualquer sinalização de quando o Fed possa vir a começar a fechar a torneira da liquidez será vista como um alarme de que o rali estará com os dias contados. E um desses sinais pode vir da inflação ao consumidor norte-americano em abril, com divulgação prevista para hoje.

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CPI e balanços podem impactar cena local

Por aqui, a CPI da pandemia continua com seu inesgotável potencial de no mínimo causar danos ao governo diante de sua reação ao avanço da covid-19 pelo Brasil. Ontem, o depoimento do presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, provocou lá seus estragos. Quanto ao ex-secretário de Comunicação do governo Fabio Wajngarten, que depõe hoje, se o próprio Palácio do Planalto está com um pé atrás, sem saber o que esperar, é bem ficar de sobreaviso.

Alguma sinalização positiva pode vir das expectativas quanto à continuidade da temporada de balanços, que hoje segue a todo o vapor. Entretanto, praticamente todos os resultados trimestrais mais relevantes serão conhecidos apenas depois do fechamento.

Para guardar na agenda, serão divulgados hoje os balanços de BRF, Eletrobras, Energisa, Eneva, Equatorial, Hapvida, Hering, JBS Locaweb, MRV, Natura, Oi, Suzano e ViaVarejo.

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