Pegando carona no bom humor visto no exterior, o Ibovespa tenta deixar para trás o desempenho amargo visto no mês passado. Depois do tombo de mais de 3% na última sessão de julho, agosto começa com a retomada de fôlego por parte dos investidores locais.
Revertendo os excessos da sexta-feira, quando o temor de um rompimento do teto de gastos falou mais forte, o Ibovespa mostra mais fôlego do que seus pares internacionais, ainda que tenha reduzido o ímpeto de alta com o impacto negativo do recuo do petróleo. Por volta das 15h30, o principal índice da bolsa brasileira avançava 1,71%, aos 123.884 pontos.
De olho nas boas perspectivas para a atividade econômica dos Estados Unidos e nos números da temporada de balanços, Wall Street aponta para um dia de ganhos e o dólar à vista recua 1,20%, a R$ 5,1473. Agora pela manhã, a IHS Markit divulgou que o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) avançou a 63,4, acima das expectativas.
A cautela, no entanto, limita o alívio no mercado de juros doméstico. De olho na decisão de quarta-feira e nos riscos fiscais que voltam a rondar as contas públicas, a queda dos principais contratos de DI é mais limitada. Confira o desempenho dos principais vencimentos:
- Janeiro/22: de 6,31% para 6,29%
- Janeiro/23: de 7,85% para 7,74%
- Janeiro/25: de 8,70% para 8,59%
- Janeiro/27: de 9,04% para 8,93%
Freio no Ibovespa
O apetite por risco dos mercados internacionais são um bom combustível para a recuperação da bolsa local, mas os riscos domésticos seguem no radar. O ponto mais delicado segue sendo Brasília, onde os parlamentares voltam aos trabalhos após o recesso.
Com os deputados e senadores mais uma vez circulando pelos corredores do Congresso, a expectativa é de que as reformas administrativa e tributária voltem ao centro das discussões, mas a relação do Legislativo com o Executivo segue complicada.
Não só a CPI da covid-19, que investiga a atuação do governo federal durante a crise sanitária, também retomará os trabalhos, como uma das primeiras pautas a serem trabalhadas será a PEC do voto impresso, tema caro ao presidente Jair Bolsonaro, mas que deve ser rejeitado no plenário.
A cautela local não tem só origem política. Quarta-feira (04) é dia de decisão de política monetária aqui no Brasil. O mercado espera que o Copom eleve a taxa Selic em 1 ponto percentual, de olho na inflação de 2022. As estimativas dos economistas para a inflação em 2021 segue se elevando, como mostra o boletim Focus.
Sobe e desce
A semana será marcada pela divulgação do balanço dos grandes bancos brasileiros. Após os bons números do setor visto no exterior e nos resultados do banco Santander, as ações das companhias operam em alta com a expectativa. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
TOTS3 | Totvs ON | R$ 37,40 | 5,77% |
WEGE3 | Weg ON | R$ 37,25 | 4,78% |
HYPE3 | Hypera ON | R$ 37,35 | 4,77% |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 19,41 | 4,41% |
FLRY3 | Fleury ON | R$ 24,35 | 4,24% |
Na ponta contrária, os balanços também estão em foco. A maior queda fica com o BB Seguridade, após números fracos. Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
BBSE3 | BB Seguridade ON | R$ 21,10 | -1,26% |
CSNA3 | CSN ON | R$ 45,17 | -0,69% |
PETR4 | Petrobras PN | R$ 26,84 | -0,26% |
PETR3 | Petrobras ON | R$ 27,49 | -0,04% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 57,73 | -0,03% |