A safra 2020/2021 de aberturas de capital na B3 está quebrando recordes, com 74 ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) até agora. Em meio a tantas caras novas na bolsa brasileira, um dos destaques é o setor de tecnologia.
Diante da pandemia de covid-19 e com a aceleração na mudança dos hábitos bancários, de trabalho e de consumo dos brasileiros, empresas que oferecem infraestrutura e serviços online ajudaram a engrossar o número de estreias.
Três delas, Getninjas (NINJ3), Méliuz (CASH3) e Locaweb (LWSA3), chamaram recentemente a atenção do Bank of America, que iniciou a cobertura de seus papéis nesta quarta-feira (15).
Veja abaixo os destaques de cada uma das análises e descubra qual dessas três ações, na opinião do BofA, tem o maior potencial de alta para os próximos meses e deve estar presente na sua carteira.
Getninjas (NINJ3) - a tech mais barata do momento
Última das três empresas a estrear na B3 - seu IPO foi concluído em maio deste ano, a Getninjas é uma plataforma virtual que conecta clientes a prestadores de serviços de mais de 500 categorias diferentes.
Segundo o Bank of America, essa é a empresa de tecnologia mais barata entre aquelas cobertas por seus analistas. O banco acredita que, por meio de novas parcerias, a Getninjas poderá superar os desafios do setor.
Atualmente a empresa conta com 2,7 milhões de prestadores e, na visão do BofA, sua principal tarefa é manter esses profissionais, responsáveis por mais de 90% das receitas, na plataforma.
Além de diversificar as fontes de receita, parcerias como a com o Banco Pan, anunciada em abril, poderão “ajudar a manter os profissionais trabalhando na plataforma, visto que vão providenciar a eles crédito e acesso a contas bancárias”, destaca o relatório.
Com a aposta feita, os analistas iniciam a cobertura dos papéis NINJ3 com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 28, um potencial de alta de cerca de 96% em relação à cotação atual.
NINJ3 vale a pena? | Confira uma entrevista com CEO da GetNinjas, Eduardo L’Hotellier, no vídeo abaixo e inscreva-se no canal do Seu Dinheiro no YouTube para mais conteúdos exclusivos sobre investimentos:
Locaweb (LWSA3) - fundamentos fortes
A Locaweb foi uma das últimas empresas a chegar à B3 antes da pandemia de covid-19 desembarcar no Brasil. A empresa movimentou R$ 1,2 bilhão em seu IPO, finalizado em fevereiro de 2020.
Desde então, a companhia de hospedagem de sites e computação em nuvem vem reforçando seu ecossistema de serviços com uma série de aquisições. A mais recente delas foi a da plataforma de tecnologia Octadesk, por cerca de R$ 102 milhões.
O BofA vê com bons olhos a onda de compras, mas aponta que manter as recém-chegadas engajadas e integrar os novos produtos é um desafio a ser enfrentado pela Locaweb.
Além disso, a competição com a Nuvemshop - startup que recentemente tornou-se o mais novo unicórnio brasileiro - deve aumentar e pressionar os negócios nos próximos meses.
Com múltiplos considerados “esticados” pelos analistas, o banco optou por iniciar a cobertura com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 29, número 16% superior ao valor dos ativos hoje.
Méliuz (CASH3)- cultura transformada em empresa
A última das novas empresas a serem observadas pelo BofA passou por dias difíceis em agosto, quando amargou um tombo de 42,2%, mas encontrou gás nas notícias recentes para recuperar parte das perdas.
Para o Bank of America, as ações da companhia de cupons de desconto e cashback podem estar sendo pressionadas por seu rápido crescimento. O número de funcionários, por exemplo, saltou de 140 na época do IPO, em novembro do ano passado, para cerca de 300 atualmente.
Além disso, a integração de novas aquisições, especialmente no setor de fintechs, deve levar alguns meses, mas os analistas veem a companhia “se movendo na direção certa” na construção de seu ecossistema.
Apesar da visão positiva - e considerando “opções melhores” no segmento -, o BofA inicia a cobertura com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 9, alta de 22% na comparação com a cotação atual.