Embora o feriado de 7 de setembro que se aproxima deva ser marcado por protestos e possíveis ameaças do presidente Jair Bolsonaro aos demais Poderes, o Ibovespa aproveitou a segunda-feira (6) de mar calmo para buscar uma recuperação das perdas recentes.
Hoje as bolsas em Nova York permaneceram fechadas para a celebração do feriado do Dia do Trabalho, o que acabou reduzindo a liquidez do mercado financeiro em todo o mundo. Mas nem mesmo a confirmação de casos da síndrome da Vaca Louca, o que suspende a suspensão de carnes para o mercado asiático, atrapalhou os mercados locais.
Na realidade, os frigoríficos apresentaram um bom desempenho, principalmente a Minerva, que havia informado que continuaria fornecendo ao país asiático. Assim, o Ibovespa fechou o dia em alta de 0,80%, aos 117.868 pontos.
O dólar à vista enfrentou um dia de maior volatilidade, passando por um verdadeiro cabo de guerra. De um lado, nossos ruídos e preocupações fiscais inspiraram cautela antes do feriado. Do outro, a moeda apresentou um viés de baixa ao redor do mundo. O saldo foi um recuo de 0,15%, a R$ 5,1767. Após um leilão do Tesouro e com o recuo do câmbio, os principais contratos de DI operaram em queda:
- Janeiro/22: de 6,84% para 6,87%
- Janeiro/23: de 8,67% para 8,66%
- Janeiro/25: de 9,83% para 9,78%
- Janeiro/27: de 10,30% para 10,23%
Difícil de engolir
A tensão entre os poderes segue em alta e é o grande destaque do feriado desta terça-feira (07). São esperados atos pacíficos, mas a perspectiva de que possam ocorrer manifestações antidemocráticas coloca o governo federal em conflito com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso.
O presidente da República Jair Bolsonaro tem animado suas bases em uma tentativa de pressionar os demais poderes. A animosidade em Brasília pode atrapalhar o andamento da agenda de reformas, dificultando a aprovação dos textos, mas deve ser repercutida nos pregões após a data comemorativa.
Como "aquecimento", hoje o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a Esplanada dos Ministérios e assinou a Medida Provisória que altera o Marco Civil da Internet, limitando a remoção de conteúdos publicados em redes sociais.
Sobe e desce da bolsa
Embora o protocolo sanitário tenha suspendido a exportação de carne brasileira para a China, as ações dos principais frigoríficos amanheceram em alta, entre os principais destaques do dia. Após o fechamento do mercado, o Ministério da Agricultura informou que a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) que os casos registrados não representam risco para a cadeia bovina.
O melhor desempenho foi da Minerva, que já se pronunciou afirmando que irá continuar atendendo a demanda chinesa. Na sequência, as empresas de Utilities e Consumo avançaram, revertendo em parte as perdas recentes. Confira as maiores altas de hoje:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
BEEF3 | Minerva ON | R$ 8,35 | 7,19% |
CPLE6 | Copel PN | R$ 7,22 | 6,33% |
PCAR3 | GPA ON | R$ 28,67 | 5,75% |
AMER3 | Americanas S.A | R$ 43,80 | 4,58% |
MRVE3 | MRV ON | R$ 13,72 | 3,78% |
Na ponta contrária, o pior desempenho do Ibovespa ficou com a estreante Dexco (ex-Duralex). Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
DXCO3 | Dexco ON | R$ 19,65 | -2,96% |
KLBN11 | Klabin units | R$ 25,18 | -2,18% |
CSNA3 | CSN ON | R$ 34,15 | -1,90% |
VALE3 | Vale ON | R$ 97,06 | -1,57% |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 63,01 | -1,16% |
Dia de estreia
Esta segunda-feira marcou a estreia da nova carteira teórica do Ibovespa, com a inclusão da Alpargatas PN (ALPA4), Banco Inter PN (BIDI4), Banco Pan PN (BPAN4), Meliuz ON (CASH3), Rede D’Or ON (RDOR3), Dexco ON (DXCO3) e Petz ON (PETZ3), totalizando 91 ativos de 84 empresas.
Confira o desempenho das novatas:
- Alpargatas PN (ALPA4): -0,86%
- Banco Inter PN (BIDI4): -0,30%
- Banco Pan PN (BPAN4): -0,81%
- Meliuz ON (CASH3): -0,56%
- Rede D’Or ON (RDOR3): 4,12%
- Dexco ON (DXCO3): -2,96%
- Petz ON (PETZ3): 0,04%
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