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Ibovespa quase zera ganhos do dia enquanto Wall Street tem alta firme; fatores domésticos pressionam dólar e juros

Pessimismo

Se você pensa que inflação e crise energética são problemas exclusivamente brasileiros, está muito enganado. 

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Devido a uma série de fatores climáticos e geográficos, a Europa enfrenta uma crise no abastecimento de gás natural às vésperas do inverno, e a China eleva o seu consumo de petróleo, para compensar a redução do uso do carvão. 

Com a perspectiva de uma inflação persistente, o mercado volta a precificar uma elevação dos juros mais rápida do que o inicialmente esperado. Acontece que a queda brusca vista nas bolsas globais ontem abriu espaço para que os investidores internacionais buscassem alguma recuperação. As bolsas europeias e americanas fecharam o dia com ganhos expressivos.

Mas, para alguns analistas, o movimento desta terça-feira (05) não indica uma mudança de tendência. O cenário lá fora segue conturbado. As pressões inflacionárias continuam em alta, e a crise energética deve trazer um novo choque de oferta para uma economia que mal se recuperou da crise do coronavírus. 

No Brasil, a situação se deteriora mais um pouco. Temos nossa própria inflação em escalada e uma crise hídrica para lidar - e a MP que pode trazer algum alívio para a situação corre o risco de encarecer ainda mais a conta de energia elétrica. As indefinições sobre o futuro do Bolsa Família, da PEC dos precatórios e do auxílio emergencial também pesam.

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Assim, o Ibovespa fechou o dia bem longe das máximas, mas ainda no azul, com um avanço de 0,06%, aos 110.457 pontos, mérito principalmente do setor financeiro, que teve um dia positivo.

A soma dos fatores externos e internos mostra um cenário cada vez mais desafiador para os países emergentes. Com isso, os juros futuros voltaram a operar em alta e o dólar à vista avançou 0,71% frente ao real, a R$ 5,4851

Na Ásia, um feriado local mantém a bolsa chinesa fechada, mas os temores com o futuro da incorporadora Evergrande seguem em alta. Confira também alguns dos principais destaques do noticiário corporativo:

Decepção do dia

Os dados econômicos mais aguardados devem ser divulgados no fim da semana, mas hoje foi dia de conhecer o resultado da produção industrial brasileira, que frustrou a expectativa dos analistas. O indicador recuou 0,7% em julho e em agosto, mas o esperado eram recuos de 0,4% e 0,1%.

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Embora o peso das denúncias ainda seja incerto para o mercado, tanto a Câmara quanto o Senado convocaram o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, para explicarem a existência de contas offshore em seus nomes.

Sobe e desce do Ibovespa

Confira também as maiores altas:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
PCAR3GPA ONR$ 25,407,22%
BBAS3Banco do Brasil ONR$ 30,424,18%
AMER3Americanas S.AR$ 30,303,17%
SANB11Santander Brasil unitsR$ 36,602,55%
PETR4Petrobras PNR$ 29,442,26%

Confira as maiores quedas do dia:

CÓDIGONOMEULTVAR
BPAN4Banco Pan PNR$ 14,44-6,66%
CVCB3CVC ONR$ 20,21-6,04%
EMBR3Embraer ONR$ 22,90-4,78%
NTCO3Natura ONR$ 43,29-3,80%
GOLL4Gol PNR$ 20,13-3,36%

*Contribição de Nicolas Borsoi, economista da Nova Futura Investimentos, e Henrique Zimmermann, sócio e Head Nordeste da VLG Investimentos

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