Site icon Seu Dinheiro

Segredos da bolsa: Ibovespa pode voltar ao topo em semana de último Copom do ano

O Ibovespa está vendo o topo muito de perto e tem — quem diria! — chances reais de retomá-lo, desde que mantenha o seu forte ritmo de alta — na última semana, avançou 3%. Dependendo do quão acelerado estiver, a reconquista do cume pode vir até já nesta semana.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O principal índice acionário da bolsa brasileira se aproximou dos 114 mil na sexta-feira (4) e está na iminência de zerar as perdas percentuais de 2020 — ano no qual ainda cai 1,64%. Só nas últimas cinco sessões, ganhou aproximadamente 5 mil pontos.

Levando isso em conta, certamente o retorno à máxima histórica, de 119.593 pontos, alcançada em 24 de janeiro de 2020, parece tão somente uma questão de tempo.

O que aconteceu para o índice andar assim você já está careca de saber: vacinas, vacinas e vacinas, com a novidade de que o Reino Unido aprovou o uso emergencial do imunizante da Pfizer.

Além disso, claro, não se esqueça da definição da eleição americana, fatores que atraíram estrangeiros à B3 e fizeram os investidores globais mais propensos a tomar riscos — para isso, vide os fechamentos de sexta-feira de S&P 500, Dow Jones e Nasdaq, que renovaram máximas históricas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"A gente andou com o cenário externo mais favorável ao risco, e a questão fiscal por aqui ficou um pouco de lado nos últimos tempos", diz Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos.

De fato, o risco de descontrole das contas públicas do país, amplamente "precificado", como dizem os profissionais de mercado, no dólar e na curva de juros futuros, tem ficado de lado em sessões recentes.

E isto se deve, em parte, a uma euforia geral pelo advento de um imunizante, com a atração de investidores para ativos baratos como os brasileiros, mas também tem a ver com o próprio cenário local.

Recentemente, houve ligeiras evoluções favoráveis à tomada de risco: a sinalização do presidente Jair Bolsonaro de que não estenderá o auxílio emergencial foi uma delas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Outra, a de que a Lei de Diretrizes Orçamentárias enfim será votada em 16 de dezembro, o que impede que o governo fique com os gastos paralisados a contar de 1º de janeiro.

Estas notícias do front fiscal com certeza continuarão a mexer com o Ibovespa nos próximos dias (e, consequentemente, com o seu dinheiro), embora elas pareçam secundárias em meio à espiral positiva de que se apropriaram os mercados recentemente.

Para esta semana, o grande destaque além dos desenvolvimentos de vacinas e questão fiscal ou avanço de reformas é o Copom, que mostrará até que ponto o Banco Central se preocupa com a inflação mais pressionada no curto prazo.

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), para apimentar as coisas, será divulgado um dia antes da reunião do comitê.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Lá fora, temos uma "cópia" da agenda daqui, com o foco voltado para a política monetária da Zona do Euro e para a inflação dos Estados Unidos.

Mercados hoje

Embora o salto de 21,1% nas exportações chinesas seja sinal de boas notícias, novas tensões entre as duas maiores economias do mundo minam o humor dos investidores nesta manhã de segunda-feira.

Segundo informações da mídia local, os Estados Unidos planejam impor novas sanções a mais integrantes do Partido Comunista chinês. O avanço do coronavírus em todo o mundo também é motivo de preocupação.

Neste cenário, as bolsas asiáticas fecharam mistas durante a madrugada. Os índices futuros em Wall Street recuam e as principais praças europeias também aparecem no vermelho, também repercutindo a falta de acordo entre União Europeia e Reino Unido em torno do Brexit.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Copom" meio cheio ou meio vazio?

O Comitê de Política Monetária tem mantido a sua orientação para o futuro da política monetária brasileira de forma muito firme: sustenta que não há aceleração de preços no curto prazo que não seja fruto de choques temporários, nem vê um aumento das expectativas para a inflação.

Mais importante, o Banco Central reconhece que o regime fiscal ainda não mudou, ou seja, que o teto de gastos continua mantido. Entretanto, em sua última ata, apontou que não é só o risco fiscal o que determina a manutenção do forward guidance, a orientação segundo a qual o BC manterá parada a Selic em 2% ao ano: são necessárias também reformas e responsabilidade fiscal.

O IPCA no dia anterior ao Copom sem dúvida é um fator que eleva o interesse na reunião. Como reagirá o BC em um caso de aceleração ainda maior dos preços: endurecerá o tom ou o manterá intacto?

Dados de atividade também temperam a visão de investidores sobre a recuperação da atividade econômica do Brasil, depois que o PIB do terceiro trimestre decepcionou as expectativas. Varejo e volume de serviços relativos já a um mês do quarto trimestre ficam no radar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Confira a agenda da semana que vem:

Mais política monetária e inflação

Na Europa, com a agenda corporativa definitivamente esvaziada, as atenções são exclusivamente para o andamento da economia e, mais especificamente, também para a política monetária.

O Banco Central Europeu (BCE) decidirá na quinta-feira (10) pela manhã o futuro da sua taxa básica de juros. Atualmente, a taxa de referência, a de depósitos, está em -0,5%.

Mas o que deve mesmo vir dessa reunião e tem o potencial de guiar os negócios é a disposição do BCE de aumentar a compra de títulos a fim de prover mais estímulos à economia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em novembro, o Banco da Inglaterra anunciou a elevação da compra de títulos, sendo o primeiro grande banco central europeu a tomar uma medida do tipo em meio a lockdowns no continente.

Além disso, a agenda ainda traz o núcleo da inflação (isto é, a inflação sem os preços de alimentos e energia, desconsiderados por serem mais voláteis do que de outros bens e serviços) dos Estados Unidos no mês de novembro, para além do dado de seguro-desemprego semanal.

Confira a agenda:

* Colaboração Jasmine Olga

Exit mobile version