Em recuperação judicial e duramente abalada pela pandemia do coronavírus, que levou ao fechamento das lojas físicas, a rede de livrarias Saraiva registrou um prejuízo líquido de R$ 118,2 milhões no segundo trimestre deste ano.
A receita líquida da Saraiva despencou 80% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 27,7 milhões. Desse total, apenas R$ 4,6 milhões vieram das lojas físicas. No início de agosto, a rede contava com 48 unidades reabertas, a maior parte com horário de atendimento reduzido.
Ao contrário de outras varejistas, contudo, a Saraiva não conseguiu compensar a redução com as vendas pela internet. A receita via e-commerce somou R$ 23 milhões, uma redução de 56,8% em relação ao segundo trimestre do ano passado.
Com isso, o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 91,8 milhões. Boa parte da piora é justificada por uma baixa (impairment) de ativos intangíveis, sem impacto no caixa, de acordo com a companhia.
Em julho, a Saraiva protocolou um pedido de aditamento do plano de recuperação judicial, que prevê a reestruturação do passivo e a venda de lojas agrupadas por região de interesse. A rede contava com 64 unidades ativas em junho deste ano.
A empresa encerrou o trimestre com uma dívida líquida de R$ 120 milhões, já descontando o valor a receber dos recebíveis de cartão de crédito, o que representa uma queda de 11% em relação a março.
Em 30 de junho, o saldo total de caixa disponível, caixa bloqueado e recebíveis de cartão de crédito era de R$ 39,5 milhões, acima dos R$ 25,8 milhões do trimestre anterior.
As ações da Saraiva (SLED4) acumulam queda de 69% em 2020 e encerraram a sexta-feira cotadas a R$ 0,65 na B3.