Site icon Seu Dinheiro

Magazine Luiza encaixa ‘última peça’ de ecossistema com novas aquisições

Fachada do Magazine Luiza, concorrente de Via e Americanas

Com ações despencando, o que esperar da varejista e suas concorrentes? É o fim?

O Magazine Luiza está encaixando a "última peça" do quebra-cabeça do ecossistema de varejo, com a aquisição de Unilogic Media, a Canal Geek (conhecida como Canaltech) - que produzem conteúdo sobre tecnologia - e a InLoco Media, divisão de publicidade da startup pernambucana InLoco.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O passo é estratégico para a brasileira se aproximar da estratégia concorrentes globais. "Isso expande o mercado-alvo potencial do Magazine Luiza. Eles conseguem oferecer serviço e ter uma fonte de receita", disse Daniela Bretthauer, analista da Eleven Financial.

O diretor de relacionamento com cliente e de novos negócios do Magalu, Bernardo Leão, explicou ao Estadão/Broadcast que pares internacionais já estão na publicidade online. "A Amazon e o Alibaba são fortes em publicidade digital. É claro que também miramos nesse alvo", disse. Os valores das aquisições não foram revelados.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, a iniciativa é importante para reduzir o custo de aquisição de clientes da varejista. "As mídias digitais são caras. Internalizar essas competências ajuda a reduzir esse custo", diz.

Além disso, Walter Sabini Jr., presidente da HiPartners Capital & Work, diz que a base de dados que o Magalu ganha com as aquisições ajudará a empresa a conhecer melhor os hábitos de consumo de seus clientes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Deve haver mais movimentos, o grande pulo do gato é entrar no ramo alimentar. Ali tem recorrência de compra. Mas é preciso conhecer bem o consumidor para montar os estoques com o que ele consome. Isso tem de ser feito com dados e algoritmos", diz.

Magazine Luiza na frente

No Brasil, o Magazine Luiza é o primeiro a dar um passo rumo à publicidade no varejo de bens duráveis. E isso pode fazer diferença no preço que o mercado está disposto a pagar pela ação da companhia.

"A Via Varejo tem outros pontos que a colocam atrás do Magazine Luiza no online, e ainda é incipiente para um movimento desses. A B2W (dona de Lojas Americanas e Submarino) poderia fazer algo parecido, mas não me parece estar dentro da estratégia deles", afirma Antonio Castrucci, do banco Brasil Plural.

De longa data. A empresa já tinha parcerias com o Canaltech anteriormente, o que facilitou as conversas. O site fazia resenha de produtos e havia acordo de comissão para itens comprados por meio dos links de anúncio do portal. Agora, as lojas parceiras da varejista poderão fazer propagandas de maneira facilitada neste canal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com a InLoco, o relacionamento também era antigo. Em março, a empresa anunciou uma parceria com o Magazine Luiza para a criação de um centro de pesquisas em Recife que focaria em soluções de varejo e geolocalização. Na época, entre 30 e 40 dos cerca de 90 funcionários da InLoco foram deslocados para o novo projeto.

A InLoco já havia recebido investimentos da família proprietária do Magazine Luiza. Em junho de 2019, um aporte de US$ 20 milhões foi liderado pelo fundo americano Valor Capital e pelo fundo brasileiro Unbox Capital, que pertence aos proprietários do Magazine Luiza.

As aquisições vêm dias depois do anúncio da compra da plataforma Hubsales, que faz a ponte entre indústrias e o consumidor final, o chamado Factory to Consumers (F2C), modelo comum na Ásia e que aumenta as margens das indústrias com a eliminação de intermediários. "Para crescer em todas as frentes a formar um ecossistema é natural fazer aquisições. O Alibaba fez cerca de 400 aquisições em quatro anos", lembra Eduardo Terra.

Segundo o analista Castrucci, as duas compras guardam semelhanças com a abertura do marketplace do Magalu a pequenos comerciantes, feita durante a pandemia: são expansões em segmentos ainda pequenos e pulverizados. Chegando antes, o consenso no mercado é de que o Magazine Luiza ganha posição estratégica.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

*Com informações de jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo

Exit mobile version