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Carrefour tomba 5,3% após protestos e pedidos de boicote pela morte de João Alberto de Freitas

Fachada do Carrefour

As ações do Carrefour Brasil estiveram entre as maiores quedas do Ibovespa nesta segunda-feira (23), após a morte de João Alberto de Freitas - espancado por dois seguranças em um estabelecimento da rede de supermercados em Porto Alegre, na quinta (19).

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Os papéis Carrefour Brasil ON (CRFB3) caíram 5,3% no pregão, cotados a R$ 19,30 - a baixa é de 16% neste ano.

Em diversas partes do país, foram realizadas manifestações antirracistas após o assassinato de Freitas, homem negro. Foram registrados atos em São Paulo, Sorocaba, Jundiaí e Santos no Estado de São Paulo; no Rio de Janeiro e São Gonçalo, no Rio; em Salvador, na Bahia, e em Vila Velha, no Espírito Santo.

As hashtags #justicaporbeto e #VidasPretasImportam viraram "trending topics" ao lado de "Carrefour" na sexta (20), em que se comemora o Dia da Consciência Negra, chegando a contar 350 mil tuítes até 14h daquele dia, segundo o site Poder360. Usuários de redes sociais e artistas, como os cantores Emicida e Preta Gil, pediram boicote dos consumidores à rede.

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Fornecedores também demonstraram indignação. A fabricante de bebidas Ambev cobrou do supermercado "medidas imediatas e efetivas" que possam evitar novos episódios de discriminação.

O empresário Abílio Diniz, que integra os Conselhos de Administração do Carrefour Global e do Carrefour Brasil, disse à empresa que trabalhe "incansavelmente para que fatos trágicos como este jamais se repitam no Brasil".

Na sexta, o CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, solicitou à subsidiária brasileira do grupo uma "revisão completa" do treinamento de colaboradores e de terceiros.

O executivo classificou como "insuportáveis" as imagens da morte do homem, que tinha 40 anos.

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Do ponto de vista financeiro, os investidores se preocupam com os impactos de manifestações e boicotes com as operações da empresa em um momento importante do calendário, aproveitando-se assim para se desfazer dos papéis.

É no período de fim de ano que as vendas do varejo costumam ir melhor, em razão das festas de Natal e Ano Novo. O receio é que isso possa impactar a receita da empresa ao longo dos próximos meses.

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