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B3 quer crescer de forma orgânica, junto com mercado de capitais, diz CEO

Presidente da B3, Gilson Finkelsztain, em cerimônia na sede da bolsa

Presidente da B3, Gilson Finkelsztain, em cerimônia na sede da bolsa

O mercado de capitais brasileiro registrou feitos históricos em 2020. Apesar de uma pandemia sem precedentes, este foi o melhor ano para listagens iniciais de companhias desde 2007. Ele também foi marcado por um volume de negócios com ações e derivativos três vezes acima do visto nos anos anteriores.

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Vista antes como uma opção de captação de recursos apenas para grandes companhias, a Bolsa atraiu empresas de diversos segmentos e tamanhos. Espaço dominado por investidores qualificados, o mercado de capitais começou a ver um crescimento na quantidade de pessoas físicas comprando e vendendo ações.

Os dados são positivos, mas nosso mercado de capitais ainda tem muito a evoluir. E é nesse processo de maturação que a B3 aposta para crescer suas operações e resultados, por meio do lançamento de novos produtos. Trata-se de uma estratégia que guia os negócios desde 2017, quando a BM&FBovespa e a Cetip se uniram e surgiu a B3, e que ela pretende perseguir com mais intensidade em 2021.

“A tendencia continua sendo a mesma. Existe potencial muito grande de crescimento do mercado brasileiro”, disse Gilson Finkelsztain, CEO da B3, durante encontro com a imprensa nesta quarta-feira (16). “É o início de uma jornada de crescimento do mercado de ações e do mercado de crédito, que ainda vão se desenvolver muito. Temos muita coisa para avançar na agenda de produtos e em volumes. A gente está muito dedicado a isso.”

Finkelsztain falou que o foco é continuar diversificando o cardápio de produtos em 2021, citando áreas como energia, seguros e crédito imobiliário. Grandes aquisições não estão no radar da B3 no momento, embora ela esteja sempre atenta a parcerias e incorporações menores.

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“A maior parte do crescimento viria de crescimento orgânico, com desenvolvimento de produtos, mas a gente fica atento a oportunidades de crescimento inorgânicas em áreas que façam sentido a companhia atuar”, afirmou. “Não vemos uma grande aquisição transformacional no nosso segmento de atuação.”

Mais empresas e mais investidores

O CEO da B3 disse que as perspectivas para o mercado de capitais em 2021 são muito positivas, com o fim da pandemia aparecendo no horizonte e o excesso de liquidez pelo mundo colocado dinheiro no bolso dos investidores.

No Brasil, a expectativa de que os juros permanecerão em patamares historicamente baixos abre espaço para mais empresas realizarem ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês). Este cenário, combinado com a profusão de plataformas de investimentos e de educação financeira, deve atrair mais pessoas para a Bolsa.

Apesar do otimismo, Finkelsztain pontou que existem incertezas para a concretização deste cenário, a maioria vindo do mundo político. Para ele, o governo e o Congresso precisam deixar claro o compromisso com as reformas estruturais e a contenção dos gastos públicos, de modo que as condições de investimentos permaneçam positivas.

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“A maior preocupação que o mercado tem é preservar os ganhos passados que o mercado de capitais teve até aqui, principalmente a inflação sob controle, para que os juros permaneçam baixos para o nosso histórico”, disse.

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