Quem dá mais pela Oi? A disputa pelos ativos de telefonia móvel e fibra da operadora levou a uma corrida dos investidores pelas ações da empresa, que está em recuperação judicial desde 2016.
No pregão de hoje, as ações ON (OIBR3) da companhia dispararam 15,82%, cotados a R$ 2,05 e com um impressionante volume negociado de R$ 1,36 bilhão. Com menor liquidez, os papéis PN (OIBR4) foram ainda mais longe e subiram nada menos que 44,27%, para R$ 2,77.
É bom ponderar que uma valorização tão abrupta não é natural, por mais que as notícias para a Oi sejam mesmo muito positivas.
Os investidores reagem à informação à nova oferta formalizada pelo trio TIM, Vivo e Claro pela rede móvel da operadora, no valor de R$ 16,5 bilhões. A oferta considera, adicionalmente, a possibilidade de assinar com a empresa contratos de longo prazo para uso de infraestrutura.
Na semana passada, a Oi anunciou um acordo de exclusividade com a Highline para a venda da área de telefonia celular. Mas o cheque mais gordo das operadoras estabelece um novo piso para o negócio, o que justifica o otimismo renovado com as ações.
Como se não bastasse, as ações da Oi também reagem à notícia de que o BTG Pactual fez uma proposta pela unidade que concentra as redes de telefonia e banda larga fixa.
A proposta do BTG prevê a compra de 25% do capital total e 51% do capital votante, segundo o jornal Valor Econômico. A InfraCo é avaliada pela Oi em R$ 25,5 bilhões.
É para tudo isso?
Não há dúvidas de que a disparada repentina tem um certo componente de euforia. Mas para um gestor de fundos com quem eu conversei, as ações da Oi ainda têm potencial de alta mesmo com a valorização desta terça-feira.
No fechamento de hoje, o valor de mercado da companhia era de pouco mais de R$ 12 bilhões. Mas nas contas do gestor, que tem posição nos papéis da operadora, a Oi pode ser avaliada por pelo menos R$ 50 bilhões, considerando a venda da unidade móvel e de fibra.
Por outro lado, a companhia tem uma dívida da ordem de R$ 20 bilhões mais contingências estimadas em R$ 5 bilhões.