As medidas anunciadas pelo governo para combater os efeitos do coronavírus vão injetar R$ 750 bilhões na economia nos próximos três meses. A afirmação é do ministro da Economia, Paulo Guedes, que participou de uma transmissão ao vivo promovida pela XP Investimentos no YouTube neste sábado (28).
A conta inclui os R$ 200 bilhões em recursos do depósito compulsório que foram liberados pelo Banco Central. Outros R$ 150 bilhões virão do BNDES e da Caixa Econômica Federal.
A antecipação do 13º salário dos aposentados e pensionistas do INSS e o diferimento do pagamento do Simples por micro e pequenos empresários representam mais R$ 150 bilhões na economia, segundo Guedes.
O auxílio de emergência aos 38 milhões de trabalhadores informais deve liberar mais mais R$ 50 bilhões, de acordo com o ministro. Guedes também mencionou a inclusão de mais 1,2 milhão de pessoas entre os beneficiários do bolsa-família.
O governo vai entrar com mais R$ 50 bilhões na complementação da folha de pagamento das empresas. A medida ainda não está pronta, mas deve sair nos próximos dias, segundo o ministro.
Além do recurso direto, o Banco Central anunciou ontem uma linha de crédito de R$ 40 bilhões para financiar a folha de pagamento das pequenas e médias companhias.
Por fim, o ministro mencionou a liberação de R$ 88 bilhões em recursos para os governadores e disse que também fará um programa para os municípios.
Os recursos devem aumentar o rombo das contas públicas em 4,8% do PIB. “Vamos ter um déficit extra, mas não tem problema. Não vamos deixar os brasileiros pra trás.”
O ministro afirmou, contudo, que as medidas são temporárias e que a agenda de reformas deve ser retomada ainda neste ano.
“Não vamos empurrar essa conta para as futuras gerações” – Paulo Guedes, ministro da Economia
“Conversa fiada”
Guedes afirmou que o rumor sobre uma eventual saída do governo é “conversa fiada total”. “O presidente tem total confiança no meu trabalho. Como vou sair com o país no momento mais grave?”, afirmou, ao comparar o choque do coronavírus a um meteoro.
Após ter sido “despejado”, nas palavras do ministro, do hotel onde morava, Guedes passou os últimos dias do Rio de Janeiro, o que rendeu uma série de especulações sobre o futuro dele no governo.
O ministro afirmou que voltará amanhã a Brasília e vai se instalar com a família na Granja do Torto, a convite de Jair Bolsonaro.