O Banco Central da Indonésia e a autoridade monetária das Filipinas e de Taiwan decidiram cortar sua taxa básica de juros, à medida que a pandemia de coronavírus comprometeu a perspectiva econômica dos países.
Na Indonésia, a redução é em 0,25 ponto porcentual, a 4,50%, o menor nível desde abril de 2018. A decisão surpreendeu, um vez que sete de oito economistas consultados pelo The Wall Street Journal previam manutenção da taxa.
Diante dos efeitos do coronavírus, o BC indonésio reduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) doméstico em 2020, de uma faixa de 5% a 5,4% para o intervalo de 4,2% a 4,6%.
Para 2021, a instituição prevê recuperação, com a expansão da economia acelerando para 5,2% a 5,6%. Em, 2019, o PIB indonésio cresceu 5%.O BC indonésio também prometeu garantir liquidez suficiente em rupias no sistema financeiro do país.
O Banco Central das Filipinas decidiu cortar sua taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, a 3,25%. O BC filipino também reduziu os juros dos instrumentos overnight para concessão de empréstimos e depósitos, a 3,75% e 2,75%, respectivamente.
A autoridade monetária das Filipinas cortou suas projeções para a inflação doméstica em 2020, a 2,2%, e também para 2021, a 2,4%, devido à forte queda recente nos preços do petróleo e ao impacto do coronavírus na economia do país. Em fevereiro, o BC filipino previa inflação de 3% este ano e de 2,9% no próximo.
Em Taiwan, o Banco Central reduziu juros pela primeira vez em quase quatro anos, citando a rápida deterioração da perspectiva econômica global e a drástica volatilidade dos mercados financeiros em razão da pandemia de coronavírus.
O BC taiwanês cortou seu juro básico - a de desconto - em 0,25 ponto porcentual, para 1,125%. A autoridade monetária também cortou sua taxa de empréstimos com seguro, de 1,75% a 1,50%, e a equivalente sem seguro, de 3,625% a 3,375%.
Segundo o BC taiwanês, os cortes se tornaram necessários, uma vez que a pandemia afetou as cadeias de suprimento do território, prejudicando seu setor manufatureiro e reduzindo o consumo no setor de serviços.
Na Suíça, sem redução
O Banco Central da Suíça (SNB, pela sigla em inglês) decidiu manter sua taxa de depósito em -0,75%, contrariando a tendência de outros BCs. A decisão veio em linha com a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal. A taxa se encontra nesse nível desde janeiro de 2015.
O BC suíço, porém, decidiu elevar o patamar de isenção a partir de 1º de abril, reduzindo assim o fardo da taxa negativa sobre o setor bancário. O fator do patamar subiu de 25 para 30.
O SNB disse ainda que está intervindo com mais intensidade no mercado cambial "para contribuir para a estabilização da situação" e que suas ações são necessárias "para reduzir a atratividade do franco suíço".
*Com Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo