O bom resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta sexta-feira (13) pelo Banco Central, levou o Credit Suisse a revisar para cima sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre e de 2020.
Após o indicador registrar alta de 1,29% em setembro, na comparação com agosto, a quinta alta mensal consecutiva, o banco passou a projetar um crescimento de 9,1% da economia no terceiro trimestre, na comparação com o resultado apurado no período de abril a junho. Antes, ele calculava um avanço de 7,0%.
Para 2020, as estimativas para o PIB passaram de uma contração de 4,8% para uma queda de 4,6%.
“Os resultados de hoje [do IBC-Br] confirmaram a expectativa de uma retomada acentuada da economia no terceiro trimestre, devido à recuperação parcial do lado da oferta na economia e aos robustos pacotes fiscais e monetários implementados no começo da crise da pandemia”, diz trecho do relatório.
O Credit Suisse afirma que o bom desempenho da economia em setembro foi sinalizado pelos indicadores de produção industrial e vendas no varejo, com os dois setores superando os níveis pré-crise.
Já o setor de serviços continua enfrentando dificuldades, uma vez que as medidas de restrição de circulação e distanciamento social ainda não foram totalmente revertidas.
O banco manteve a projeção de crescimento de 4,1% do PIB em 2021. A expectativa é de que a alta seja impulsionada pela política monetária, com a manutenção dos juros em patamares baixos, a lenta retomada do mercado de trabalho e a recuperação que a economia global deve experimentar.
Calma lá
Enquanto o IBC-Br de setembro foi suficiente para o Credit Suisse revisar suas projeções, o Goldman Sachs permaneceu cauteloso a respeito das perspectivas econômicas, ainda que veja a economia brasileira se recuperando.
Segundo relatório do banco americano, o País apresenta um ritmo robusto de retomada desde que atingiu o ponto de inflexão em meados de abril. A expectativa é de continuidade da melhora nos próximos meses, com a combinação de flexibilização dos protocolos de combate à covid-19, melhora das condições de crédito e valorização das commodities no mercado internacional.
“Contudo, um quadro viral doméstico ainda muito complexo, mercado de trabalho ainda fraco e a expectativa de eliminação gradual de algumas medidas de apoio fiscal devem desacelerar o ritmo de recuperação”, diz trecho do relatório.