Os dias de alívio e os dias de cautela em torno do coronavírus se alternam no mercado.
Agora, o ponto de tensão é a expansão da doença em ritmo maior fora da China é o que assusta os investidores.
A disseminação acelerada da doença para outras localidades também aumenta o impacto econômico da epidemia.
Um dos países que apresentou um salto no número de doentes foi Coreia do Sul. O governo local relatou 100 novos casos nesta sexta-feira, levando o total do país a 204.
Nesse cenário, as bolsas asiáticas fecharam em baixa, com exceção dos índices chineses. A indicação de que as empresas estão retomando as suas operações e os recentes estímulos monetários repercutem no país.
De olho na disseminação do novo coronavírus, as bolsas europeias operam em baixa. A divulgação de dados do PMI industral alemão e do Reino Unido fez os índices dos continentes reduzirem as perdas.
Nos Estados Unidos, o mercado também busca a cautela e proteção, com os índices futuros amanhecendo em queda.
Ontem, as notícias também levaram o Ibovespa a ter um dia amargo e apreensivo. O principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão em baixa de 1,66%, aos 114.586,24 pontos.
Por aqui, é véspera de feriado, quando o mercado fecha para o carnaval. Com tantas razões para apreensão no radar, os investidores devem buscar cautela e proteção contra os movimentosdos próximos dias. O mercado também repercute os números da Vale, divulgados ontem após o fechamento.
Virou rotina
O dólar chegou a mais um recorde de fechamento. Após alta de 0,59%, a moeda americana fechou a sessão cotado a R$ 4,3912.
A moeda já acumula uma valorização de de 9,46% em relação ao real no ano.
A cautela que toma conta dos mercados leva os investidores a buscarem o dólar como porto seguro.
Embora fatores domésticos também influenciem a escalada da moeda, essa valorização não é exclusividade nossa. O iene, tradicional ativo de proteção, está sendo deixado de lado. Afinal, o mercado está assustado com a queda do PIB japonês.
Hoje pela manhã a economia japonesa sofreu mais um golpe. A preliminar do PMI/Markit composto de fevereiro veio abaixo de 50, o que indica contração da atividade.
Balanços
Hoje os investidores devem tirar o dia para repercutir os últimos números da mineradora Vale. Confira os resultados que mexem com o mercado neste pré-carnaval:
- Vale reverteu o lucro de 2018 e teve um prejuízo de US$ 1,683 bilhão. A receita líquida anual foi de US$ 37,6 bilhões em 2019, alta de 2,7%. Já a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Vale ficou em US$ 10,6 bilhões, queda de 36,2%.
- SulAmérica registrou lucro líquido de R$ 1,181 bilhão em 2019, uma alta de 30,5% na comparação com o ano anterior. A receita líquida, por sua vez, subiu 9,5% e alcançou R$ 21,725 bilhões no ano passado.
- Carrefour teve um lucro líquido ao controlador de R$ 1,013 bilhão em 2019, queda de quase 39% na comparação anual. Em termos de receita, a empresa fechou o ano em R$ 60,064 bilhões, alta de 10,68%.
- B2W fechou 2019 com prejuízo. A empresa registrou um rombo de R$ 318,2 milhões em suas finanças. Apesar de negativo, o valor representa uma queda de 20,02% na comparação com o prejuízo observado em 2018. A receita líquida encerrou o ano passado em R$ 6,767 bilhões, alta de 4,31%.
Só depois do carnaval
O presidente Jair Bolsonaro adiou o envio da reforma administrativa ao Congresso mais uma vez. Agora, a proposta está prevista para ser enviada somente após o feriado.
Segundo Paulo Guedes, o presidente está realizando alguns ajustes no texto. O minstro também expôs a tensão que ronda as relações entre Executivo e Legislativo.
Agenda
Entre os indicadores que serão divulgados hoje, os dados da conta corrente de janeiro ficam em destaque.
O BC realiza leilão de US$ 650 em swap cambial para a rolagem dos vencimentos de abril.
Também acontece hoje a reunião de mediação entre Petrobras e petroleiros, no TST de Brasília.
Fique de olho
- Marcopolo pagará R$ 45 milhões em dividendos a partir de 3 de março
- Pacaembu Construtora, com coordenação do Credit Suisse, XP e Caixa, entrou com pedido de IPO
- Caixa Econômica Federal anunciou parceria com a Visa para oferecimento de cartões