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Vazamento de conversas de Sergio Moro provoca ‘guerra de hashtags’

O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro

O caso envolvendo o vazamento de conversas do ministro da Justiça, Sergio Moro, quando era juiz, e procuradores da Operação Lava Jato segue como assunto mais comentado nas redes sociais.

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A hashtag “#EuApoioaLavaJato” tem mais de 247 mil menções, mostrando virtual apoio ao atual ministro e à operação de combate à corrupção (atualizado 15h20).

Já tínhamos visto a popularidade de Moro nas redes, que são bastante acompanhadas pelo Palácio do Planalto, no episódio envolvendo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Naquela ocasião, comentamos que o Congresso tentou impor uma derrota ao governo Jair Bolsonaro, que não conseguiria defender seu ministro mais popular, mas que no fim, a “conta” acabou caindo sobre deputados e senadores, que foram duramente cobrados nas redes e nas manifestações no dia 26 de maio.

Encurtando a história, Moro ficou sem o Coaf, pois o risco de mudar a MP 870 era o governo perder sua reforma administrativa. A lógica política prevaleceu, mas a pressão das redes ecoou sim dentro do Congresso. Algo que também vimos na votação da MP 871, que tratava do combate a fraudes no INSS.

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No caso atual, as redes saem, novamente, em defesa do ministro que virou símbolo da luta contra a corrupção. Resta saber agora como isso vai ecoar na política, pois também temos manifestações contra o ex-juiz e favoráveis ao ex-presidente Lula.

Mesmo que em menor monta, a hashtag “#MoroCriminoso” tinha 53,8 mil menções e “#EuApoioTheIntercept”, em apoio ao site que divulgou as conversas, tinha mais de 20 mil tuítes. O "#LulaLivreJa" tinha pouco mais de 9 mil tuítes (início da tarde).

No mundo real, a oposição já se articula para convocar o ministro a dar explicações e devemos ver mais de um pedido de CPI para investigar o caso.

O presidente Bolsonaro ainda não utilizou seu “Twitter” para tratar do tema, mas outros membros do governo estão atuando.

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https://twitter.com/MajorVitorHugo/status/1138073972698963968?s=20

Nas redes, questões técnicas e discussões racionais perdem espaço para guerras de narrativas. É o império do viés de confirmação – só enxergo o que reforça minha tese - e da dissonância cognitiva – tudo que contraria minha tese, reforça minha fé. Também encontramos espaço para saborosas teorias da conspiração.

Ainda parece cedo para tirar conclusões com relação ao episódio, ainda mais que o “The Intercept” diz ter mais material para ser divulgado. Mas será importante e interessante ver como vai evoluir essa conversa das redes com a política.

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