Site icon Seu Dinheiro

Guedes fala em IVA dual, com possibilidade de adesão dos Estados

Ministro da Economia Paulo Guedes

O ex-ministro da Economia, Paulo Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou que a proposta de reforma tributária do governo incluirá um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) federal, unificando tributos cobrados pela União sobre o consumo, com a possibilidade de adesão dos Estados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo o ministro, o governo está estudando se a reforma vai entrar pela Câmara ou pelo Senado, mas será uma proposta "conciliatória" entre as que já estão sendo discutidas.

Guedes disse que vai aproveitar, por exemplo, a parcela federal do IVA do economista Bernard Appy, do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), que tramita na Câmara dos Deputados, aspectos da proposta do ex-deputado Luiz Carlos Hauly (que tramita no Senado) e a contribuição sobre transações defendida pelo secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, para desonerar a folha de pagamento das empresas.

Ao fim da palestra, a secretária de Fazenda do Ceará, Fernanda Pacobahyba, questionou Guedes sobre o motivo para não incluir desde já os Estados na reforma tributária. O ministro respondeu então que, se todos quisessem, apoiaria uma reforma conjunta. Mas alertou que era preciso garantir coesão. "Um passo como este precisa todos estarem de acordo", afirmou.

Antes, o ministro disse que o IVA que inclua todos é um imposto tecnicamente superior, mas que a proposta de Appy tinha um problema, a de estar parada havia 18 anos (justamente pela divergência entre os Estados).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Guedes disse ainda que é preciso simplificar os tributos no País e afirmou que o volume de desonerações e contenciosos tributários acaba tendo relação com a alta carga tributária. "No Brasil, quem tem poder político é desonerado, e quem tem poder econômico judicializa", afirmou.

O ministro também criticou a Zona Franca de Manaus, regime que custa bilhões em renúncia aos cofres da União. Segundo ele, o modelo é ruim, e a logística para a região, afastada dos grandes centros produtivos, também atrapalha. "É antieconômico, é tudo mal feito", afirmou.

FGTS

Guedes também comentou que a nova modalidade de saques do FGTS - o saque-aniversário - vai beneficiar os trabalhadores ao funcionar como uma espécie de 14º salário.

Ele acredita ainda que a política vai estimular os brasileiros a permanecerem no emprego, em vez de tentarem acordos para serem demitidos e, assim, sacarem o Fundo de Garantia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O ministro reconheceu, porém, que o tamanho dos saques foi calculado de maneira a não prejudicar o setor da construção civil. Os recursos do FGTS são fonte de financiamento para o setor.

Jeito Bolsonaro

O ministro também defendeu nesta quinta-feira o jeito espontâneo do presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, há políticos com "bons modos" e "péssimos princípios".

O ministro respondia a uma pergunta da plateia. O questionamento era sobre se o jeito de Bolsonaro criava uma espécie de cortina de fumaça para que os demais integrantes do governo trabalhassem.

"Se fosse uma técnica, seria genial", disse Guedes, arrancando risos da plateia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O ministro em seguida explicou que esse era o jeito do presidente. Para Guedes, o fato de ele ter sido sempre assim e ter conquistado quase 60 milhões de votos na última eleição mostra que os brasileiros "demandavam" esse tipo de autenticidade.

Reforma administrativa

Guedes disse ainda que o governo vai fazer uma reforma administrativa para rever a estrutura de gastos com pessoal. Ele não deu detalhes da proposta da equipe econômica, mas disse que hoje a progressão nas carreiras acaba "muito rápido".

Na palestra, Guedes criticou os altos salários de servidores e citou o gasto com pessoal como um dos que pressionam as despesas discricionárias, que incluem o custeio da administração e os investimentos. "Você tem alto salários, estabilidade. Você vive em Brasília, é outro planeta. É Versalhes", afirmou Guedes, referindo-se ao palácio símbolo da corte francesa.

*Com Estadão Conteúdo.

Exit mobile version