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Após intervir na política de preços da Petrobras, Bolsonaro diz que sua política “é de mercado aberto”

Presidente da República, Jair Bolsonaro

Presidente da República, Jair Bolsonaro

Depois de uma sexta-feira cheia de turbulências, com a Petrobras perdendo mais de R$ 30 bilhões em valor de mercado, o presidente Jair Bolsonaro resolveu ir ao Twitter para tentar estancar mais uma sangria em seu governo.

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Segundo o capitão, a sua política "é de mercado aberto e de não intervenção na economia".

https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1116868726866042881

Mas o presidente se contradisse no mesmo tuíte ao dizer que o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, suspendeu temporariamente o reajuste do óleo diesel a seu pedido. "Convoquei os responsáveis pela política de preços para reunião, junto com o @MinEconomia @MInfraestrutura e @Minas_Energia", completou.

Bolsonaro justificou ainda a sua decisão de barrar o reajuste no óleo diesel porque "estava preocupado com o percentual num nível sequer previsto para a taxa de inflação do corrente ano".

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O medo é o da greve

A intervenção do presidente Bolsonaro na realidade é um reflexo direto da pressão dos caminhoneiros. Nos dias que antecederam a decisão do presidente, o núcleo de governo recebeu relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que indicavam uma "preocupação" com uma possível greve dos caminhoneiros.

Sem consultar o ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro foi aconselhado por assessores palacianos de que uma greve traria mais problemas políticos do que uma intervenção no preço do diesel.

O monitoramento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência das movimentações de caminhoneiros, desde o mês passado, levou a equipe de governo a avaliar todas as demandas da categoria. Além de recuar em relação ao aumento de 5,7% no preço do diesel, o Planalto e o Ministério de Minas e Energia estudam atender outros pedidos, como a mudança no valor do frete.

Reunião na segunda-feira

O temor de uma greve como a de maio de 2018 já estava no radar da equipe de transição, no final do ano passado. Foi a partir dali que o grupo que hoje está no governo começou a formular a adoção de "medidas estruturantes", que envolviam várias áreas, para verificar os problemas do setor e atender o que fosse possível.

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Na segunda-feira, Bolsonaro vai se reunir com ministros e pessoal da área técnica para discutir demandas dos caminhoneiros. O governo estuda apresentar à Petrobras proposta de ampliar a rede de decisão de aumento de preços de combustíveis. Hoje, o gerente executivo de comercialização da Petrobras tem autonomia para definir um reajuste de até 7%.

*Com Estadão Conteúdo.

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