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‘A gente deve estar incomodando’, diz presidente do BTG Pactual, sobre concorrência com XP

Roberto Sallouti, presidente do BTG Pactual

Roberto Sallouti, presidente do BTG Pactual

Em meio a uma batalha feroz nos tribunais e nos órgãos reguladores com a XP Investimentos, o BTG Pactual vai manter o plano de avançar no mercado de plataformas de investimento. A afirmação é do presidente do banco, Roberto Sallouti.

"A gente deve estar incomodando, porque essa postura agressiva do concorrente, vindo de uma posição dominante, é bastante surpreendente", afirmou Sallouti, em teleconferência com analistas para comentar o balanço do banco, divulgado na manhã de hoje.

A XP obteve uma liminar na Justiça que impede o BTG de abordar os agentes autônomos de investimento (AAI) ligados à corretora. O banco recorreu ao Tribunal de Justiça, mas a decisão ainda não saiu.

Os agentes autônomos são responsáveis por apresentar para os clientes as opções de aplicação disponíveis. Ou seja, embora o cliente mantenha a conta na corretora, boa parte da relação se dá com o agente autônomo.

As instituições financeiras ainda travam uma disputa no Cade. O BTG entrou com uma denúncia no órgão de defesa da concorrência contra a XP por um suposto descumprimento do acordo firmado para aprovar a venda de 49,9% do capital da corretora para o Itaú Unibanco.

Sallouti reconheceu que o banco vive uma restrição ao não poder abordar os agentes autônomos da concorrente, que possui vínculo com mais de 80% dos escritórios.

"Estamos em uma luta de boxe com braços amarrados, mas acreditamos que é uma questão de tempo para a normalidade ser restabelecida", afirmou.

Fase de crescimento

O BTG não divulgou números específicos de sua plataforma no balanço. Mas no processo judicial contra a XP informou que possui aproximadamente 50 mil clientes e R$ 3,25 bilhões sob custódia, além de contar com sete agentes autônomos exclusivos.

O objetivo declarado do BTG é deter uma participação de 10% do mercado de plataformas de investimento. Mas esse ainda é um negócio pequeno dentro da estrutura do banco. Para efeito de comparação, a área de gestão de grandes fortunas (wealth management) encerrou o ano passado com um patrimônio de R$ 119,2 bilhões.

Mesmo com a restrição para ir atrás dos agentes autônomos da XP, o banco tem sido procurado por profissionais ligados à corretora dispostos a migrar, segundo Sallouti.

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