Membros do Tribunal Regional Federal da 2ª Região decidiram emitir nesta quarta-feira, 8, uma nova ordem de prisão ao ex-presidente Michel Temer e ao seu amigo João Baptista Lima Filho, conhecido como Coronel Lima.
A medida, que acolheu um recurso do Ministério Público Federal, fará com que Temer volte às celas da Operação Lava Jato menos de dois meses depois da sua primeira ordem de prisão. Na ocasião, o ex-presidente foi detido por administrar propinas nas obras de Usina de Angra III, no Rio de Janeiro, mas foi solto quatro dias depois.
As investigações apontam que o ex-presidente é o chefe de um grupo criminoso que está em atividade há 40 anos e que desviou cerca de R$ 1,8 bilhão nesse período. Já o Coronel Lima é acusado de ter feito o meio-de-campo no pagamento de R$ 1 milhão em propinas da Engevix em 2014.
No julgamento desta quarta-feira, o desembargador relator Antonio Ivan Athié votou pela manutenção da liberdade dos dois. Mas o desembargador Abel Gomes, que é o presidente da turma, votou pela prisão de Temer e coronel Lima, e Paulo Espírito Santo acompanhou Gomes.
O advogado de Temer, Eduardo Carnelós, lamentou a decisão, mas disse respeitá-la, e afirmou que o ex-presidente está em São Paulo e deve se apresentar à Justiça na quinta-feira, 9.
"Embora respeitando os desembargadores, só posso lamentar a decisão. Foi dito (pelos desembargadores) que não há risco à ordem pública, e o fundamento seria a necessidade de dar o exemplo à sociedade. A lei diz que isso não é fundamento para a prisão. Considero essa mais uma página triste na história recente do Judiciário brasileiro", afirmou.
Carnelós disse que solicitou ao presidente da turma que Temer se apresente nesta quinta-feira, "para evitar a exposição e humilhação de um homem de 78 anos de idade".
Já em relação ao ex-ministro Wellington Moreira Franco, que também foi preso em março, os desembargadores decidiram mantê-lo em liberdade.
*Com Estadão Conteúdo.