A guerra comercial e a preocupação com menor crescimento da economia mundial promoveram uma reversão nos fluxos de portfólio para mercados emergentes. Nos cálculos preliminares do Instituto Internacional de Finanças (IIF), as saídas somam US$ 13,8 bilhões agora em agosto, depois de ingresso de US$ 24,3 bilhões em julho.
Nas contas da instituição, esse saque de recursos é o maior já registrado desde novembro de 2016. No mês, o mercado de ações perdeu US$ 14,1 bilhões e o de dívida teve modesto ingresso US$ 300 milhões. O monitor diário captou saques em 18 dos 21 dias analisados.
O resultado não foi ainda pior pois o mercado de ações da China mostrou captação positiva de US$ 1,5 bilhão. Mas os demais emergentes viram uma saída de US$ 15,6 bilhões. Na América Latina, as retiradas ficaram em US$ 3,9 bilhões.
O IIF acredita que as perspectivas para os emergentes (fora a China) continuará difícil em função do grande volume de “hot money”, ou dinheiro de curto prazo, que foi alocado nesses mercados nos últimos anos. Vale lembra que o Brasil não faz parte desse grupo, sendo o emergente que menos recebeu “hot money”, segundo o próprio IIF.
O IIF também tem uma medida ampliada de fluxo estrangeiro, considerando captações bancárias e investimento direto. Os dados referentes ao mês de julho mostram entrada líquida de US$ 5,2 bilhões, uma expressiva melhora depois de uma saída de US$ 42 bilhões em junho.