Um dia após a repercussão de uma nova oferta da Centauro pela Netshoes, o Magazine Luiza elevou novamente sua proposta pelo site de produtos esportivos. Dessa vez propondo US$ 3,70 por ação, assim como a Centauro.
O mercado reagiu com animação. Por volta das 11h15 desta quinta-feira, 13, as ações da Netshoes listadas na bolsa de Nova York operavam em forte alta, de 11%, cotadas a US$ 3,83. Os papeis do Magazine Luiza na bolsa brasileira seguiam um ritmo mais leve, numa alta de 2,63%, a R$ 283,46. Confira nossa cobertura dos mercados de hoje.
A operação entre as duas empresas ainda será submetida à deliberação dos acionistas da Netshoes em uma assembleia convocada para amanhã, 14. Caso aprovada, deve ser concluída até o dia 19 de junho.
Segundo o Magalu, o Conselho de Administração da varejista de artigos esportivos reiterou "por unanimidade" sua recomendação para que seus acionistas votem a favor dessa operação.
Quem dá mais?
A briga pela Netshoes começou em 23 de maio, quando a Centauro fez uma oferta hostil para comprar a empresa, a US$ 2,80 por papel. Até então o destino do site de artigos esportivos estava praticamente certo com a oferta que o Magalu havia feito no final de abril, de US$ 2 por ação.
O contra-ataque veio em 26 de maio, quando o Magazine Luiza ofereceu US$ 3,00 por ação da Netshoes. Em seguida, a Centauro aumentou seu lance para US$ 3,50 por papel.
Foi então que o o Conselho de Administração da Netshoes mostrou-se favorável à proposta feita pelo Magazine Luiza, alegando que a Centauro não fornecia garantias suficientes em relação à condição financeira da companhia.
A Centauro não desistiu: nesta semana elevou novamente sua proposta, chegando a US$ 3,70, oferecendo um empréstimo de R$ 120 milhões para reforço de capital de giro da empresa, entre outras coisas.
Situações distintas
Netshoes e Magazine Luiza estavam em situações distintas, conforme contou por aqui o repórter Vinícius Pinheiro. Quando que abriu capital em Nova York, há dois anos, a Netshoes era apontada como grande aposta na renovação no varejo brasileiro. Mas o fôlego se mostrou curto.
No terceiro trimestre do ano passado, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 140,6 milhões, quase o triplo do mesmo período de 2017. A dívida líquida da Netshoes somava pouco mais de R$ 140 milhões ao fim de setembro do ano passado.
Já o Magalu, depois de abrir o capital em 2011, a chegou ter a ação negociada abaixo de R$ 1,00. Mas sob o comando de Frederico Trajano, a varejista se reinventou como uma plataforma multicanal. No primeiro trimestre deste ano, a empresa registrou lucro de R$ 132 milhões e avanço expressivo no e-commerce.