Os acionistas da encrencada incorporadora Gafisa decidiram aprovar o aumento no limite de ações que podem ser emitidas pela empresa. O capital máximo autorizado passou de 71 milhões para 120 milhões de ações.
A medida abre caminho para uma nova capitalização da empresa além da operação de até R$ 158 milhões que está em curso.
Considerando o total de ações que podem ser emitidas (pouco menos de 49 milhões) e o preço por ação de R$ 6,02, o mesmo definido no aumento de capital proposto na semana passada, a Gafisa pode obter mais R$ 295 milhões.
Mas essa entrada de caixa, se confirmada, terá como contrapartida uma diluição brutal da participação dos acionistas que não colocarem mais dinheiro para manter suas participações.
O aumento no limite de capital da Gafisa foi aprovado por quase a totalidade dos acionistas presentes na assembleia, cujo quórum foi equivalente a 39% do capital. Lembrando que a proposta de um novo aumento de capital ainda depende de uma decisão do conselho da empresa.
"O resultado sinaliza que essa base está comprometida em participar da capitalização da companhia", me disse uma fonte próxima à incorporadora.
A grande aposta do mercado é que o polêmico empresário Nelson Tanure, especialista em comprar empresas em crise, se aproveite do frágil momento da Gafisa para assumir o controle da empresa.
Tanure inclusive foi eleito neste mês para assumir uma das vagas no conselho de administração da incorporadora.
No pregão de hoje, as ações da Gafisa (GFSA3) fecharam em alta de 2,9%, cotadas a R$ 6,84. Mas acumulam uma desvalorização de quase 60% em 2019, em meio à curta e desastrosa passagem da gestora GWI, do investidor Mu Hak You, no comando da companhia.