Uma das empresas mais tradicionais do mercado em todo o mundo, a Ford teve sua nota de crédito rebaixada pela Moody's — de Baa3 para Ba1. Ao descer um grau na escala da agência, a empresa perdeu o grau de investimento.
A Ford é criticada em relatório de analistas por conta de um plano de reestruturação de negócios, que custará cerca de US$ 11 bilhões a empresa. Segundo a Moody's, a companhia está numa posição fraca para cumprir as metas desenhadas até agora.
Para a agência de classificação de risco, companhia sente o peso de mudanças do mercado, com o surgimento de carros elétricos e autônomos. Além da popularização dos serviços de compartilhamento de viagens.
A agência diz acreditar que a empresa, no próximo ano e em 2021, terá resultados financeiros fracos e que a companhia deve operar com um fluxo de caixa negativo.
"O fluxo de caixa e as margens de lucro estão abaixo de nossas expectativas e abaixo do desempenho de fabricantes com a mesma classificação de investimento da Ford", disse a agência em relatório divulgado nesta segunda-feira, 9.
Por volta das 11h40 desta terça-feira, as ações da companhia sofriam queda de 4% na bolsa de valores de Nova York, sendo negociadas a US$ 9,16. Veja nossa cobertura de mercados.
Em baixa
os números decepcionantes da Ford não são exatamente uma novidade. A empresa encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de US$ 148 milhões — uma queda de 86% na comparação com os ganhos do mesmo período de 2018.
O lucro por ação (EPS) foi de US$ 0,04 — abaixo dos US$ 0,27 vistos há um ano. O resultado foi menor do que o esperado pelos analistas, que projetavam um lucro por ação de US$ 0,17.
O Financial Times diz que a Ford tem cerca de US$ 100 bilhões em dívida em títulos e empréstimos.
A companhia se mexe: conforme lembra o Business Insider, a Ford anunciou este ano o corte de sete mil postos de trabalho — o que deve trazer uma economia de US$ 790 milhões por ano.