O primeiro semestre terminou com a produção de 1,474 milhão de veículos - volume que representa alta de 2,8% em relação à primeira metade do ano passado. A conta considera os segmentos de automóveis, comerciais, caminhões e ônibus.
Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que informam que, no mês de junho, a produção atingiu 233,1 mil unidades - queda de 9% na comparação com igual mês de 2018 e recuo de 15,5% em comparação com maio.
Os resultados de produção só não foram maiores porque as montadoras instaladas no Brasil têm sofrido com a crise da Argentina. O país é o principal destino das exportações.
Argentina
Foi por causa da crise no país vizinho que a associação reviu as projeções de exportação. O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, informou que a associação cortou a projeção para a exportação de veículos em unidades, para uma queda de 28,5%.
A estimativa anterior era um recuo de 6,2%. Com a nova previsão, o volume exportado deverá ser de 450 mil unidades.
A Anfavea ainda informa que, no primeiro semestre deste ano, foram 221,9 mil unidades exportadas, queda de 41,5% em relação aos primeiros seis meses do ano passado. Já em junho, foram 40,3 mil veículos embarcados, baixa de 37,9% na comparação com igual mês do ano passado e queda de 4,3% ante o número de maio.
No mercado interno, a venda de veículos novos atingiu 1,17 milhão unidades no primeiro semestre, alta de 12,1% em relação a igual período do ano passado. Em junho, foram 223,2 mil unidades vendidas, alta de 10,5% ante junho do ano passado, mas retração de 9,1% sobre o desempenho de maio.
Mercosul e UE
A Anfavea também divulgou como se dará a redução das alíquotas de importação no acordo entre Mercosul e União Europeia. Segundo a associação, nos primeiros sete anos de vigência, a alíquota permanece de 35%. Uma cota anual de 50 mil veículos poderá usar uma taxa de 17,5%, sendo de 32 mil unidades para o Brasil.
Moraes disse que o acordo não vai afetar somente o quadro de importações, mas também o de exportações. "Estamos considerando a hipótese firme de também exportar (para a União Europeia), mas para isso temos de atacar a competitividade, a corrida contra o tempo começou".
Ele também falou que acredita que o acordo entre Mercosul e União Europeia começa a influenciar agora os investimentos das montadoras. "Quando as montadoras planejam seus investimentos, elas levam em consideração ciclos de oito, dez anos", explicou.
Máquinas agrícolas
As vendas internas de máquinas agrícolas caíram 11,7% em junho, ainda segundo dados da Anfavea. No total, foram comercializadas 4,4 mil unidades.
Se comparado a maio, o volume indica avanço de 40,4%. No primeiro semestre, foram 19,8 mil unidades vendidas - uma baixa de 0,1% em relação a igual período do ano passado.
No mercado externo, as vendas em unidades somaram 897 máquinas em junho, recuo de 17,1% em relação a igual mês do ano passado e de 27,3% sobre maio. Nos primeiros seis meses do ano, foram 6,1 mil unidades vendidas ao exterior, baixa de 2% ante igual período de 2018.
Em valores, as exportações caíram 39,6% em junho ante igual mês do ano passado, para US$ 227,5 milhões. Em comparação a maio, houve recuo de 9,6%. No acumulado do ano, as vendas para o exterior somaram US$ 1,484 bilhão.
Já produção nacional, o volume foi de 4,5 mil unidades em junho, retração de 15,7% na comparação com igual mês do ano passado e baixa de 11,8% em relação a maio.
No primeiros seis meses de 2019, foram 24,8 mil unidades produzidas, representando um recuo de 7,9% sobre o desempenho do primeiro semestre do ano passado.
*Com Estadão Conteúdo