Michael Klein está mais próximo de retomar a Casas Bahia, empresa fundada por seu pai e que hoje é parte da Via Varejo, controlada pelo Grupo Pão de Açúcar (GPA).
Isso porque o Conselho de Administração do GPA aprovou a venda de suas ações na Via Varejo em leilão na B3 (representativas de 36,27%), após o conselho receber uma carta de Klein, cuja família já detém 25,43% da empresa. Já a B3 informou que o leilão deve ocorrer na próxima sexta-feira, 14.
No documento apresentado ao conselho do GPA, Klein comunica que, caso a companhia realize a venda de todas as ações que detém da Via Varejo, ele apresentará individualmente (direta ou indiretamente) e em conjunto com outros investidores, uma ou mais ordens de compra para aquisição dos papeis.
Na carta, o preço máximo apresentado por ação é de R$ 4,75 — abaixo do fechamento da última terça-feira (11), a R$ 5,00. Como resultado, os papéis da Via Varejo recuaram 3,20% nesta quarta-feira (12), a R$ 4,84. . Já as ações PN do GPA (PCAR4) tiveram alta de 0,4%.
Em busca de um comprador
O Grupo Pão de Açúcar buscava desde 2016 um comprador para a sua fatia na Via Varejo. Mas um passo fundamental foi dado no último dia 3, quando os acionistas da Via Varejo votaram pela exclusão da chamada "poison pill" do estatuto social da companhia, facilitando o processo de venda da empresa, conforme contou Victor Aguiar aqui no Seu Dinheiro.
Isso porque essa cláusula determinava que qualquer acionista que passasse a deter mais de 20% do capital da Via Varejo seria obrigado a promover uma oferta pública de aquisição da totalidade das ações (OPA).
Ou seja: esse mecanismo acabava elevado os custos de uma eventual compra de participação relevante na companhia, já que esse investidor precisaria estender a todos os acionistas uma proposta de compra dos papéis — o que representava um entrave aos planos do GPA.
Mas, com a extinção desse artigo, ficou muito mais fácil para que as conversas de venda da Via Varejo tivessem continuidade.