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Sindicato acusa Embraer de demitir 300 funcionários após negócio com a Boeing. Empresa nega

Embraer

Cerca de cem funcionários da Embraer foram demitidos na quarta-feira, 18, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP). Parte deles não se dispôs a se mudar para Gavião Peixoto (a 315 quilômetros de São Paulo), cidade em que a fabricante brasileira de aviões manterá uma de suas fábricas. A maior unidade da empresa, em São José dos Campos, será transferida para a Boeing assim que for concluída a venda de 80% da divisão de aviões comerciais da Embraer para a americana.

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De acordo com o sindicato, apenas em dezembro, houve 300 desligamentos.

Funcionários da empresa ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmam que nem todos que foram desligados tiveram oferta para se mudar para Gavião Peixoto, onde hoje está instalada a unidade de defesa da Embraer.

A área de aviação executiva, que está dividida entre plantas nos Estados Unidos e em São José dos Campos, terá suas atividades brasileiras concentradas em Gavião Peixoto.

A maioria das demissões de quarta-feira foi justamente de empregados do braço executivo da Embraer. Um engenheiro disse ao jornal O Estado de S. Paulo que há preocupação com novas demissões, pois parte dos profissionais têm tido pouco trabalho nos últimos meses.

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A Embraer está finalizando dois grandes projetos -- o do cargueiro militar C-390 Millennium (antigo KC-390) e o da família de aviões comerciais E2 --, que demandaram o trabalho de milhares de engenheiros. Hoje, segundo a companhia, são cerca de 5.000 engenheiros.

"A empresa nunca havia feito demissões como essa na véspera do recesso de fim de ano", disse um funcionário.

Na manhã desta quinta-feira, 19, o Sindicato dos Metalúrgicos organizou um protestos diante da fábrica de São José dos Campos, atrasando o início da produção em 40 minutos.

A Embraer, por sua vez, afirmou em nota que a força de trabalho permanece estável e o índice de rotatividade de pessoal está dentro dos níveis históricos. A empresa, entretanto, não deu detalhes sobre quantos funcionários foram desligados.

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"Ao longo deste ano, em preparação para a formação da nova companhia em parceria com a Boeing, foram contratadas 2 mil pessoas. Somente na unidade de Eugênio de Melo, em São José dos Campos, que vai expandir sua capacidade de 1,5 mil para até 4 mil funcionários, a obra gerou temporariamente 600 empregos e representou investimentos de cerca de US$ 30 milhões", diz a Embraer, em nota.

"Os funcionários da linha de montagem da Aviação Executiva foram avisados desde agosto da transferência para Gavião Peixoto e a maioria deles concordou com a mudança ou com a transferência para outras áreas em São José dos Campos - Unidade Eugênio de Melo. Quem não for transferido, irá receber benefícios adicionais para apoiar a transição", acrescentou a empresa.

*Com Estadão Conteúdo.

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