A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, celebrou em comunicado neste sábado a reforma do franco CFA, moeda estabelecida em 1945 e usada por oito países da África Ocidental e Central, que agora será chamada de "eco".
Segundo Georgieva, a reforma "constitui um passo fundamental na modernização de acordos de longa data entre a União Econômica e Monetária da África Ocidental (WAEMU, na sigla em inglês) e a França".
Georgieva afirmou que "as medidas anunciadas se baseiam no histórico comprovado da WAEMU na condução da política monetária e no gerenciamento de reservas externas". Ela acrescentou, no comunicado, que a WAEMU registrou baixa inflação e alto crescimento econômico nos últimos anos, além de melhora na situação fiscal e aumento no nível de reservas cambiais.
"As reformas também mantêm os principais elementos de estabilidade que serviram bem à região, incluindo a taxa de câmbio fixa com o euro", apontou. A diretora-gerente do FMI disse ainda que a entidade está pronta para se envolver com as autoridades regionais, conforme necessário, e apoiar a implementação da iniciativa.
Macron também aprova
O presidente da França, Emmanuel Macron, também saudou neste sábado a reforma do franco CFA. A mudança foi anunciada pelo presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, ao lado de Macron em um evento em Abidjã, cidade do país africano.
"Eu não pertenço a uma geração que conheceu o colonialismo… então vamos romper os laços", afirmou Macron. Ele acrescentou que a moeda era considerada por alguns, especialmente os jovens africanos, como uma herança pós-colonial.
Com a entrada em vigor das mudanças em relação à moeda, todas as autoridades francesas se retirarão de seus órgãos de decisão, disse Ouattara. Além disso, a obrigação de os Estados-membros manterem metade de suas reservas estrangeiras na França terminará. A moeda permanecerá atrelada ao euro, o que garante sua estabilidade, destacou Ouattara.
Este sábado marcou o segundo dia da viagem de três dias de Macron à Costa do Marfim e à Nigéria, região que foi dominada pela crescente ameaça representada por grupos jihadistas. No início do dia, Macron anunciou que uma operação militar francesa matou 33 extremistas islâmicos na região de Mopti, no centro do Mali. Fonte: Associated Press.
*Com Estadão Conteúdo.