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Presidente do Bradesco vê espaço para manter ou até aumentar rentabilidade

Octavio de Lazari, presidente do Bradesco

Octavio de Lazari, presidente do Bradesco

Tem que manter isso, viu? Ou até aumentar. Depois de alcançar a maior rentabilidade em 16 trimestres, o Bradesco vê espaço para sustentar ou melhorar esse número nos próximos balanços.

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Eu participei hoje da teleconferência com jornalistas promovida pelo banco para comentar os resultados do segundo trimestre. O Bradesco registrou lucro líquido de R$ 6,462 bilhões, um crescimento de 25,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Com uma rentabilidade de 20,6%, o patrimônio líquido do banco foi remunerado a uma taxa três vezes superior à da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 6,5% ao ano. Mas o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, deu a entender que o banco ainda pode mais.

"Acreditamos que podemos manter ou até evoluir um pouquinho mais o retorno", afirmou aos jornalistas.

Mesmo com o lucro acima do esperado, as ações do Bradesco reagem em queda ao balanço. Por volta das 11h00, os papéis PN (BBDC4) recuavam 4,54%, cotados a R$ 37,20. Confira também nossa cobertura completa de mercados hoje.

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Apesar da melhora no resultado, o crescimento da carteira de crédito desacelerou para 8,7% nos últimos 12 meses, abaixo do piso da estimativa do banco - que varia de 9% a 13%.

Lazari espera uma reação nos financiamentos ao longo do segundo semestre. Além das linhas para pessoas físicas, que já vêm crescendo, a demanda por crédito por parte das empresas deve reagir com a aprovação da reforma da Previdência.

"Os empresários vão voltar a pensar no longo prazo sem a nuvem da incerteza fiscal, o que deve levar a uma retomada dos investimentos", disse.

Efeito da CSLL

Pelo projeto aprovado em primeiro turno na Câmara, parte do ganho esperado com a reforma virá com o aumento da CSLL cobrada dos bancos. A nova alíquota passa a valer 90 dias após a entrada em vigor da lei.

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Pode parecer estranho, mas em um primeiro momento os bancos vão registrar um ganho contábil com o imposto maior. Isso porque os as instituições contam com créditos tributários, que passam a ser contabilizados com a nova alíquota. No Bradesco, esse efeito é estimado em R$ 6,4 bilhões.

Mais clientes

Outro ponto que trouxe certa preocupação entre os investidores foi o fraco resultado das receitas com prestação de serviços, que subiram apenas 1,3% na comparação com igual período do ano passado. Ou seja, abaixo do piso da estimativa do banco para o ano, que varia de 3% a 7%.

O desempenho mais fraco reflete linhas de negócio com a de cartões, que sofre a pressão da concorrência no mercado de maquininhas, e de administração de fundos.

O presidente do Bradesco manteve as projeções para o avanço das receitas com serviços para o ano e espera uma recuperação ainda maior nessa linha a partir do ano que vem.

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Esse otimismo vem do aumento da base de clientes. O banco abriu 1,1 milhão de novas contas nos últimos 12 meses, sendo 400 mil apenas no segundo trimestre.

FGTS

Sobre a liberação dos recursos do FGTS anunciada ontem pelo governo, o presidente do Bradesco disse a medida ajuda a reanimar a economia. Mas espera que o efeito para o banco seja marginal.

Lazari disse ainda que espera a regulamentação da medida que vai possibilitar o uso dos recursos do fundo de garantia como garantia em financiamentos. Mas afirmou que, em tese, o FGTS pode representar uma garantia ainda melhor do que, por exemplo, uma operação de crédito consignado. Com isso, as taxas de juros dessa nova linha tendem a ser menores.

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